A inflação nos últimos meses tem pesado mais no bolso de quem tem carro do que no de quem anda de transporte público, conforme indicam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Se por um lado ficou mais fácil comprar um automóvel (o preço do veículo zero caiu 4% em um ano, enquanto o do usado recuou 10%), por outro ficou mais difícil mantê-lo, e não apenas por causa do recente aumento da gasolina anunciado pela Petrobras.
O preço do estacionamento, por exemplo, subiu 10% nos últimos 12 meses, e o do seguro, 6%. Já as passagens de ônibus urbano e de metrô aumentaram 3% cada, conforme mostra a tabela abaixo.
Esses números tendem a mudar nas próximas pesquisas, quando o IBGE registrar o aumento da gasolina recentemente anunciado pela Petrobras e o reajuste de tarifas de ônibus e metrô.
O governo vinha segurando o preço que a Petrobras cobra ao vender gasolina para os distribuidores. Houve um aumento de 7,83%, mas que foi compensado pela queda de um tributo na mesma proporção ? a Cide, Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico).
Agora, com o petróleo mantendo-se acima de US$ 90 o barril, e a Petrobras registrando queda no lucro, o governo decidiu permitir que a companhia elevasse em 6,6% o preço da gasolina aos distribuidores e em 5,4% o do diesel.
Se for considerado um período maior, de dois anos, a alta é ainda mais significativa para quem anda de carro próprio. O estacionamento subiu 25%, e o conserto, 15%. Já o passe de ônibus aumentou 10%, e o de metrô, 12%.
Esses dados se referem ao reajuste médio dos preços em 11 regiões metropolitanas. O táxi, por exemplo, não teve aumento em seis dos locais pesquisados nos últimos 12 meses, mas subiu 15% só em Belém.