Piso sem cerâmica, paredes sem reboco, teto sem forro. O portão encostado no muro porque está quebrado e, mesmo assim, o imóvel custa, nada mais, nada menos que uma bagatela de R$ 700 mil. A justificativa para o valor cobrado se resume nos fatores localização (zona Sul) e tamanho do terreno (20x30m). Mas, em relação a outras características, o imóvel deixa muito a desejar.
Essa é a realidade vista em muitos imóveis disponíveis no mercado teresinense, que, por terem preços absurdos, ficam encalhados por anos e anos no mercado. Ao passear pelas ruas e avenidas de Teresina, não são poucas as placas indicando venda ou aluguel de imóveis. É fato que comprar um imóvel é uma das prioridades dos brasileiros, mas os preços estão inviáveis. Quem procura imóveis na cidade, seja para morar ou alugar, depara-se com preços fora do que é considerado convencional.
A casa descrita no início da matéria, por exemplo, possui 4 quartos, 2 salas, cozinha, 2 banheiros e um terraço, está com toda estrutura em fase de acabamento (que não será finalizada antes de ser vendida), e custa R$ 700 mil. Para quem não tem noção do valor que poderia ser cobrado pelo imóvel, pode até não parecer absurdo, mas para quem pesquisa antes de comprar, este preço está fora do que poderia ser considerado adequado.
Este valor é ainda mais absurdo quando se compara o imóvel com outro, localizado na zona Leste da cidade. Com 4 quartos, 2 vagas de garagem, cozinha, área de serviço, piscina individual com cascata e 2 varandas, uma casa duplex em condomínio fechado (que oferece outros atrativos), está à venda por R$ 495,323 mil.
De acordo com Nogueira Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Piauí (CRECI-PI), um preço absurdo em um imóvel não é regra, porém, de certa forma, os preços são estabelecidos de forma errônea pelos próprios proprietários ou corretores de imóveis, desinformados dos reais preços de mercado.
“Muitas vezes, quando um corretor ou imobiliária recebe algum imóvel para venda, o valor do mesmo já vem preestabelecido pelo próprio proprietário, criando-se uma falsa expectativa de valor. Ou, em outros casos bem mais raros, alguns corretores desinformados acabam estabelecendo de forma errônea preços que não condizem com a realidade de mercado”, explica o presidente, ao ressaltar que o ideal é que a venda de um imóvel deve ser acompanhada de um corretor de imóveis devidamente credenciado junto ao sistema COFECI-CRECI (Conselho Federal de Corretores de Imóveis).
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