A Justiça dos Estados Unidos condenou nesta segunda-feira (29) o financista Bernard Madoff a 150 anos de prisão. Madoff, que foi presidente da Nasdaq, a bolsa de valores que reúne empresas de tecnologia no país, respondia a 11 acusações de crimes relacionados a uma multimilionária fraude.
A pena é maior que os 50 anos recomendados pelo Departamento Federal de Prisões, que ainda irá decidir onde a pena será cumprida. O advogado do financista, Ira Sorkin, pedia um máximo de 12 anos de encarceramento, alegando que seu cliente já tem idade avançada (Madoff tem 71 anos).
A pena, segundo o juiz Denny Chin, foi decidida levando em conta a quantidade de dinheiro envolvida, o número de vítimas e a extensão dos danos causados. Vítimas do esquema de Madoff contaram ao juiz ter perdido todas as suas economias.
Desculpas
Durante a audiência, Madoff pediu desculpas aos que foram lesados pelo esquema. "Me desculpem. Eu sei que isso não os ajuda", disse ele aos seus ex-clientes presentes ao local. "Não há desculpas para o meu comportamento. Eu cometi um erro terrível", afirmou.
Na semapa passada, a Justiça já havia autorizado a cobrança de US$ 171 bilhões de Madoff, que já havia se declarado culpado por uma das maiores fraudes cometidas em Wall Street.
Ele está preso desde o dia 12 de março, após ter admitido culpa em 11 crimes, entre eles fradude, perjúrio, lavagem de dinheiro e roubo.
Um dos homens de negócios mais festejados dos EUA, Madoff, de 71 anos, foi desmascarado no ano passado, com a crise econômica global. Em março, ele se declarou culpado da acusação de que sua empresa de assessoria financeira era na realidade uma máquina de fraudes.
Esquema da "pirâmide"
Prometendo altos lucros, e com o aval de clientes famosos como o cinesta Steven Spielberg, Madoff na verdade comandava um grande "esquema da pirâmide". Ou seja: o dinheiro de um investidor pagava os lucros dos outros, até que a fonte secar com a crise financeira e os últimos entrantes no esquema perderem seu dinheiro.
Os fundos de investimento que eram vendidos por Madoff, de acordo com as investigações, na verdade nunca existiram. O tamanho da fraude exige que a punição seja severa", afimaram os promotores em resposta ao pedido do advogado do financista por uma pena mais leve.