Ibovespa: mudança de metodologia confere maior credibilidade no Brasil

O novo cálculo está no seu primeiro mês de funcionamento e, em geral, é visto com bons olhos para pessoas físicas

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Com o objetivo de se alinhar às metodologias do cenário internacional, o Índice Bovespa (Ibovespa) sofreu o primeiro ajuste desde sua criação em 1968. O novo cálculo está no seu primeiro mês de funcionamento e, em geral, é visto com bons olhos para pessoas físicas. Segundo especialistas, a mudança torna o índice menos volátil, o que é positivo para esses investidores.

Para o analista da XP Investimentos William Alves, ações muito voláteis e especulativas vão perder espaço em detrimento de ações mais consolidadas no Ibovespa. Ele acredita que a visibilidade dada para a modificação poderá aumentar a compreensão do novo índice pelo investidor pessoa física. Como resultado, a bolsa se torna um investimento mais interessante justamente por essa maior transparência.

É necessário ressaltar que a alteração na metodologia busca beneficiar o mercado como um todo, ou seja, a novidade por si só não será o suficiente para levar mais pessoas à bolsa. O sócio-diretor da Easynvest Título Corretora Marcio Cardoso também acredita que a alteração tornará o Ibovespa mais próximo do modo como o mundo atua hoje, melhorando a qualidade da informação entregue para o mercado em geral, e elogia a atitude, mas adverte: ?As pessoas irão à bolsa no dia em que as taxas de juro forem suficientemente baixas para diversificar seus investimentos. Quando olharem para o investimento em longo prazo e acreditarem no projeto da empresa?, diz.

Efeito Eike

A nova forma de definição das ações que compõem o Ibovespa deverá modificar de forma sensível a volatilidade que hoje é observada no Ibovespa. O cálculo antes levava em consideração principalmente a liquidez das empresas. Com a alteração, passará a considerar também o valor de mercado como componente de definição dos ativos. Dessa maneira, efeitos como o causado pela empresa OGX, do empresário Eike Batista, com um volume muito grande de negócios, mas com um valor de mercado pequeno em comparação a outras empresas negociadas, deverá ter relevância menor na composição do índice.

Na coletiva de apresentação da nova metodologia, o diretor presidente da BM&F Bovespa, Edemir Pinto, contestou que a mudança tenha sido motivada unicamente pelo ?efeito Eike?, já que o grupo de trabalho para o estudo foi formado desde o final de 2012. Contudo, confirmou que foi levado em consideração um histórico de casos que incluiu também o da OGX. Outro ponto importante é a exclusão das penny stocks (ativos com valor menor a R$ 1), que também auxiliará a reduzir a volatilidade.

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