O grupo do empresário mexicano Ricardo Salinas, dono da rede de eletrodomésticos Elektra e do banco Azteca, fez uma oferta ao Grupo Silvio Santos para adquirir as lojas do Baú da Felicidade, segundo informações da edição desta sexta-feira do jornal Folha de S.Paulo. A holding do dono do SBT procura amenizar a dívida de R$ 2,5 bilhões, contraída para equilibrar um rombo no banco PanAmericano, que também faz parte do grupo.
De acordo com a publicação, houve diversos interessados na aquisição da rede que distribuía o carnê do Baú da Felicidade. No entanto, a posição oficial do Grupo Silvio Santos é de que ainda não houve nenhuma oferta concreta. Salinas é o segundo homem mais rico do México e está no Brasil com a rede Elektra desde 2007. Seu grupo tem negócios também nos Estados unidos, Argentina, El Salvador, Guatemala, Honduras, Panamá e Peru.
Caso PanAmericano
O PanAmericano anunciou em 9 de novembro que o Grupo Silvio Santos, seu controlador, iria aportar R$ 2,5 bilhões na instituição para restabelecer o equilíbrio patrimonial e a liquidez, após "inconsistências contábeis" apontadas pelo Banco Central. A autoridade monetária não forneceu detalhes, mas um processo administrativo de investigação vai apurar a origem e os responsáveis pelo problema de falta de fundos.
A injeção de recursos no banco foi feita por meio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que é uma entidade sem fins lucrativos que protege os correntistas, poupadores e investidores. São as instituições financeiras que contribuem com uma porcentagem dos depósitos para a manutenção do FGC - sem recursos públicos. A holding do Grupo Silvio Santos colocou à disposição empresas como o SBT e a rede de lojas do Baú da Felicidade, entre outras, como garantia pelo empréstimo, que tem prazo de dez anos.
Especializado em leasing e financiamento de carros, o PanAmericano teve 49% do capital votante vendido para a Caixa Econômica Federal em dezembro de 2009, por R$ 739,2 milhões. O presidente do BC, Henrique Meirelles, a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, e as empresas de auditoria que não verificaram o rombo devem prestar esclarecimentos à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Com autorização do BC, as atividades das lojas e o atendimento ao público continuam sem problemas, segundo a instituição.