A indústria de medicamentos está preocupada com o impacto de outras duas semanas de paralisação no rol de atividades da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A agência é responsável, por exemplo, pela liberação de medicamentos acabados e de matéria-prima para a produção deles -nos casos de mercadorias importadas.
Para o Sindusfarma (que reúne a indústria farmacêutica de São Paulo), pode haver problemas na produção para tratamentos de alta complexidade, como o de câncer.
Os estoques são pequenos e renovados com frequência -dependendo da extensão da greve, pode haver desabastecimento na rede pública.
No sábado, o sindicato conseguiu na Justiça uma liminar para que, no aeroporto de Guarulhos, seja garantido o cumprimento da resolução da Anvisa que permite o estoque das cargas pelas próprias empresas (e não no aeroporto ou porto) até análise pela agência.
A liminar também estabeleceu o prazo de 48 horas para a análise das mercadorias.
O sindicato que reúne as agências nacionais diz que vai cumprir a liminar, mas que o prazo não é cumprido nem em condições normais.
Segundo o Ministério da Saúde, só um remédio contra o câncer é comprado de forma centralizada -o que poderia potencializar o impacto. Esse remédio, diz, tem estoque pelo menos até setembro.
O ministério disse que firmaria acordos com as vigilâncias locais para ajudar na liberação das cargas. Um foi assinado com o Paraná, mas não está em prática.