O governo brasileiro acompanha com atenção os desdobramentos do aumento de tarifas comerciais adotado pelos Estados Unidos, temendo um possível influxo de produtos estrangeiros no mercado nacional.
PREOCUPAÇÃO
A preocupação é especialmente com mercadorias chinesas que, diante das novas barreiras tarifárias para entrada nos EUA, possam ser redirecionadas ao Brasil. O tema está sendo monitorado de perto por autoridades do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), sob o comando do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Caso esse cenário se concretize, a expectativa é de que o mercado brasileiro enfrente uma enxurrada de produtos importados a preços mais baixos, aumentando a concorrência com os itens nacionais e impactando negativamente a indústria local.
Durante um seminário do Conselho Empresarial Brasil-China, realizado na quinta-feira (10), a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, destacou que “há preocupações com o risco de desvio de comércio para o Brasil”.
O cenário externo é desafiador. As mudanças acontecem não é todo dia, é a todo momento. Às vezes é difícil estarmos a par da última evolução. Há preocupações com o risco de desvio de comércio para o Brasil. O vice-presidente falou ‘estamos monitorando mudanças significativas, atípicas nos fluxos de comércio’. Estamos fazendo isso. Se essas mudanças de tarifas podem gerar oportunidade para o Brasil? Podem [também].
Na sexta-feira (11), o vice-presidente Geraldo Alckmin participou de uma reunião virtual com o ministro do Comércio da China, Wang Wentao. De acordo com o governo brasileiro, o encontro teve como foco a relação comercial entre os dois países, além da identificação de oportunidades e complementariedades entre as economias brasileira e chinesa.
IMPORTAÇÕES PROVENIENTES DA CHINA
Desde 1974, as importações do Brasil provenientes da China saltaram de US$ 2 milhões para US$ 64 bilhões, com destaque para bens de capital e insumos industriais, conforme dados do MDIC.
No mesmo intervalo, as exportações brasileiras para o mercado chinês também registraram forte crescimento, passando de US$ 19 milhões para US$ 94 bilhões. Entre os principais produtos embarcados estão, soja, petróleo e minerais.