Governo investe R$ 40 milhões na produção de uvas no Semi-árido do Piauí

A meta é transformar São João do Piauí no maior produtor de uvas do Piau

Produção de uvas no Piauí | CCOM
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O governador Wellington Dias está viabilizando, junto ao Ministério da Integração Nacional, em Brasília, recursos no valor de R$ 40 milhões para investimento, até o ano de 2010, na produção de uvas no Assentamento Marrecas, no município de São João do Piauí, a cerca de 500 quilômetros de Teresina, em pleno Semi-árido piauiense.

A meta é transformar São João do Piauí no maior produtor de uvas do Piauí, a partir da experiência bem sucedida do Assentamento Marrecas, onde os agricultores já conseguem colher uma média de 34 toneladas das variedades Itália, Moscato e Benetac por hectare, média que poderá chegar a 40 toneladas nos próximos anos.

No Assentamento Marrecas, já são cultivados quatro hectares, mas com os recursos que o governador está conseguindo junto ao Governo Federal esta área será ampliada para mil hectares, que serão trabalhados por cerca de 200 famílias.

Segundo especialistas, o investimento para se implantar um hectare de uva no sistema de irrigação, que atualmente funciona em São João do Piauí, pode chegar aos R$ 60 mil, mas o retorno é garantido e imediato.

O faturamento por hectare por safra fica em torno de R$ 68 mil, o que garante o retorno do investimento logo na primeira colheita. ?A partir da segunda safra, o investimento para a manutenção do parreiral cai para R$ 35 mil e o faturamento permanece no mesmo patamar?, explica o diretor do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Francisco Guedes Filho.

Para o governador Wellington Dias, com a ampliação para mil hectares irrigados, a produção de uvas do Assentamento Marrecas vai permitir que São João do Piauí tenha condições de receber uma indústria de base para a industrialização do produto, podendo produzir sucos e geléias.

Acrescenta que o sonho de produzir vinho no Piauí ainda está um pouco distante, porque a uva produzida no Estado é a de mesa, que é menos ácida, desaconselhável para este tipo de investimento. ?A nossa uva é mais doce, mais saborosa?.

O doce mais forte da uva do Assentamento Marrecas, segundo Francisco Guedes, deve-se as 2.4 mil horas de sol que o Semi-árido piauiense oferece a mais que o Sul do país, onde a cultura da uva é bem mais antiga e já se encontra em estágio mais avançado.

O governador não tem dúvida sobre o futuro da uva no Piauí. ?Temos bons solos e muito sol e o que a uva exige é solo profundo, sol e água. A fruticultura irrigada no Semi-árido é uma realidade?.

Ele cita o caso do Chile, país que tem tradição na produção de uva, onde a média por hectare é de apenas seis toneladas por hectares. ?Aqui, são 34 toneladas por hectare, com possibilidade de se chegar a 40. Ampliando este projeto para mil hectares, como queremos fazer, teremos então uma produção em torno de 34 milhões de quilos?.

Além de São João do Piauí, estão sendo realizadas experiências com o cultivo de uvas nos municípios de Santa Rosa, Ipiranga, Valença e Teresina. ?Se deu certo em São João do Piauí, com certeza, a uva - e a fruticultura de modo em geral - também é viável em regiões como as dos vales do Canindé, do Gurguéia, do Itaueira, do Paraim, do Itaim...?, acredita Wellington Dias.

Festival - No início de 2009, de 29 de janeiro a 1º de fevereiro, o Governo do Estado vai realizar o I Festival da Uva de São João do Piauí, uma iniciativa da secretária estadual para Inclusão das Pessoa com Deficiência, Rejane Dias.

Segundo a secretária, o objetivo do festival é desenvolver o turismo em São João do Piauí do ponto de vista do negócio, aliado ao entretenimento. ?Queremos atrair negócios para o município e com isso melhorar as condições de vida da população?, explica.

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