A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) deverá anunciar nesta sexta-feira (29) a maior descoberta de petróleo do país no pré-sal do campo de Libra, que fica na Bacia de Santos, com área de aproximadamente 352 mil km2, abrangendo parte do litoral do Rio de Janeiro, toda a faixa litorânea de São Paulo e do Paraná e parte do litoral de Santa Catarina.
Um estudo da consultoria GCA (Gaffney, Cline & Associates) mostra que a jazida de Libra pode ter entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris. A consultoria é a mesma que avaliou para a agência as reservas do pré-sal.
Segundo fontes do setor, a perfuração da área atingiu na manhã desta quarta-feira (28) 6.900 m de profundidade, onde foram encontrados indícios líquidos que podem ser de óleo.
A área pertence à União, e, caso aprovado o novo marco regulatório, poderá integrar o primeiro leilão pelo novo modelo de partilha. Como operadora única do pré-sal, a Petrobras já detém 30% das reservas de Libra, como de todas as outras áreas da região do pré-sal.
A área de Libra está localizada próxima dos blocos BS-4, operado pela Shell, e do BM-S-45, operado pela Petrobras, em parceria com a Shell. Fontes do setor acreditam que, se confirmado o tamanho da megarreserva, ela pode ficar para estes dois blocos.
Na última quinta-feira (28), a Petrobras começou oficialmente a exploração comercial do pré-sal, com a entrada em operação do navio-plataforma Cidade de Angra dos Reis. A cerimônia, que ocorreu no Rio de Janeiro e marcou o início da extração de óleo, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A embarcação é do modelo FPSO, que significa, na sigla em inglês, unidade flutuante que produz, armazena e exporta óleo e gás. O navio está ancorado em local onde a profundidade da água é de 2.149 m e poderá produzir até 100 mil barris de óleo e processar até 5 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
A Petrobras anunciou ainda, nesta quarta-feira (27), a descoberta de petróleo no primeiro poço perfurado em águas ultraprofundas da Bacia de Sergipe-Alagoas, no Nordeste brasileiro. A área é explorada pelo consórcio formado pela Petrobras (com 60%) e IBV-Brasil (40%).