Os carros do projeto Ônix da General Motors, que serão fabricados a partir de um investimento de R$ 2 bilhões na fábrica da montadora em Gravataí (RS), serão lançados no mercado em 2012.
Além de abastecer em um primeiro momento os mercados brasileiro, argentino e chileno, a empresa quer exportar os veículos para outros continentes. “A ideia é exportar carros para a África do Sul e para outros mercados, mas isso vai depender do que vai acontecer com a economia desses países nos próximos anos”, disse o presidente da GM do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, em entrevista ao programa Jornal das Dez, da GloboNews.
A primeira parte do projeto da nova família de veículos será desenvolvida no Centro de Tecnológico da empresa em São Caetano do Sul (SP), um dos cinco centros de desenvolvimento que a GM tem no mundo. A primeira etapa será de desenvolvimento tecnológico. Segundo o presidente da GM do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, nos primeiros dois anos a equipe de engenheiros do centro vai trabalhar o design, confecção das peças desenvolvimento da infra-estrutura necessária na fábrica de Gravataí para transformar o que é um projeto em veículos de linha de produção, o que está previsto para 2012. “Após essa fase a empresa analisa as mudanças necessárias na estrutura da fábrica para poder implantar esta nova linha de produtos”, disse Ardila.
Ele destacou que o compromisso da Nova GM é produzir veículos com melhor eficiência energética, fabricar carros elétricos e híbridos – e, no futuro, com células de hidrogênio - para atender aos mercados norte-americano e europeu. “No caso do Brasil, alguns carros que a GM já está fabricando, como o Chevrolet Captiva, incorpora todas as novas tecnologias que a GM tem em nível mundial.
Os veículos que serão fabricados em Gravataí terão toda a tecnologia moderna em termos de segurança, conforto e economia de combustível. Não vamos fazer carros elétricos porque esta tecnologia, hoje, não é apropriada para o Brasil.” O executivo disse que os novos carros terão a tecnologia flex que, segundo ele, é muito boa para o mercado nacional, incorporando os novos conceitos tecnológicos de design, conforto, segurança, e economia de combustível.
Os motores deverão vir da fábrica de equipamentos que a GM vai implantar em Joinville (SC). Todas as operações internacionais da General Motors estão na Nova GM. GM americana é dona da GM brasileira e agora o acionista majoritário da Nova GM é o governo dos Estados Unidos. Dos R$ 2 bilhões anunciados, aproximadamente 50% vai ser capital da empresa com fluxo de caixa gerado pelos negócios no Brasil.
A outra metade é financiada por bancos. Neste caso, estamos utilizando crédito de bancos estaduais como o Banrisul. O projeto terá financiamento de bancos públicos, entre os quais o Banrisul, que emprestará R$ 344 milhões em recursos próprios, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao qual foram solicitados R$ 700 milhões. Deste valor, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) deve repassar R$ 200 milhões.
A GM também negociou com o governo do Rio Grande do Sul a prorrogação dos benefícios em relação ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A empresa irá quitar, a cada mês, 25% do ICMS devido e financiar os demais 75% com dez anos de carência e 12 anos de amortização - ao longo dos quais será divida cada parcela mensal -, sem correção monetária. Ardila destacou que a GM do Brasil já exporta carros para México, região andina, Mercosul e África do Sul. Os carros do novo investimento serão para abastecer em um primeiro momento os mercados brasileiro, argentino e chileno. “Posteriormente, a ideia é exportar carros para a África do Sul e para outros mercados, mas isso vai depender do que vai acontecer com a economia desses países nos próximos anos”.
A General Motors (GM) do Brasil receberá financiamento de 75% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que será adicionado pela expansão de sua fábrica em Gravataí (RS), cuja capacidade passará de 230 mil veículos por ano para 380 mil em 2012. O incentivo fiscal fez parte da negociação com o governo gaúcho em troca do investimento de R$ 2 bilhões na região. A GM irá quitar, a cada mês, 25% do ICMS devido e financiar os demais 75% com dez anos de carência e 12 anos de amortização - ao longo dos quais será divida cada parcela mensal -, sem correção monetária. O presidente do Banrisul, Fernando Lemos, informou que o financiamento do banco estatal provavelmente será liberado em três parcelas, sendo a primeira no momento em que o projeto de incentivo fiscal for aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, e as demais de acordo com o cronograma de obras.
A GM pagará ao Banrisul em sete anos, com dois de carência. O Banrisul negociou com a GM a administração da folha de salários dos funcionários de Gravataí. A operação da folha foi assumida há dois meses. O banco irá transformar um posto existente na fábrica da GM em agência.