O gasto médio das famílias brasileiras no ano passado atingiu R$ 1.066,25, o maior valor desde 2005, segundo o estudo Observador Brasil 2009, encomendado pela Cetelem - financeira do banco francês BNP Paribas.
A pesquisa divulgada nesta terça-feira (6) foi realizada entre os dias 18 e 29 de dezembro com 1.500 pessoas de 70 cidades e nove regiões metropolitanas. O resultado foi puxado pelo aumento da renda dos brasileiros, que alcançou o recorde de R$ 1.285, em especial, das famílias de baixa renda das classes C, D e E.
Marcos Etchegoyen, diretor-geral da Cetelem no Brasil, afirma que o aumento da renda está ligado à maior geração de emprego, que amplia o acesso ao crédito e ajuda na melhora do padrão de vida.
- O brasileiro, quando pode, gasta mais em supermercado, energia elétrica e aluguel, nos gastos essenciais. Isso representa uma melhora no padrão de vida.
De acordo com a análise, nos serviços essenciais, as compras de supermercados respondem por R$ 375 da renda, em média. A conta de luz (R$ 67) e o aluguel (R$ 54) aparecem em seguida. Nos gastos não essenciais, as roupas (R$ 102) foram as mais representativas.
- O que a pesquisa mostra é que o brasileiro quer comer, vestir e se divertir. E ainda se preocupa com a casa e seu bem estar.
Ainda nos gastos essenciais, o pagamento de prestações (R$ 64) e combustível (R$ 46) aparecem em seguida. O lazer é o quarto da lista, com R$ 44 de gastos, em média.
A intenção de compra dos brasileiros se manteve estável em todas as classes e o consumo voltou aos níveis anteriores a 2007.
População poupa mais
A pesquisa mostrou também que o perfil do brasileiro mudou na relação com os gastos. A população poupou em 2009 mais do que nos anos anteriores ? principalmente como resultado da crise. O diretor da Cetelem explica:
- O brasileiro usa a poupança como segurança, para ajudar a família, por exemplo, e não para o consumo. É um amadurecimento na forma de gastar.
Os recursos destinados à poupança e outras aplicações alcançaram em média R$ 535,31 ao mês no ano passado, valor R$ 220 maior do que em 2008. Nos próximos 12 meses, três em cada quatro pessoas (76% dos entrevistados) disseram que vão aumentar ainda mais suas economias.