Franceses ampliam protestos contra reforma da previdência

Protestos sindicais tentam impedir aumento na idade de aposentadoria

Jovens manifestantes tentam derrubar carro | AP
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Manifestantes franceses bloquearam o aeroporto de Marselha, pneus interromperam avenidas e uma apresentação da cantora Lady Gaga foi cancelada nesta quinta-feira (21) em Paris, às vésperas da votação no Senado da polêmica reforma da Previdência que aumenta a idade de aposentadoria. Um quarto dos 12,5 mil postos do país estava sem combustível, apesar da ordem do presidente francês, Nicolas Sarkozy, de abrir à força barricadas em depósitos de combustíveis.

A falta de combustível e a violência dos protestos estudantis dificultaram ainda mais o diálogo entre o governo e os sindicatos, que acreditam que a aposentadoria aos 60 anos é um direito por merecimento. A reforma pretende aumentar a idade mínima para 62 anos e, a integral, de 65 para 67 anos.

Centenas de trabalhadores bloquearam todos os acessos ao principal aeroporto de Marselha por cerca de três horas nesta quinta-feira. Os passageiros carregavam suas bagagens pelas vias bloqueadas e tentavam escalar o terminal, antes da polícia chegar e dispersar os manifestantes.

"Hoje, 74% dos postos estão total ou parcialmente abastecidos e 26% sem combustível", disse o ministro francês do Interior, Brice Hortefeux, em entrevista à rádio Europe 1. "Nos depósitos há reservas de combustível para várias semanas", completou, descartando a possibilidade de escassez a curto prazo.

Estudantes bloquearam a entrada de uma escola de Paris e planejam manifestações nacionais na tarde desta quinta, dia que o Senado pretende finalizar o adiado debate sobre a reforma, que Sarkozy considera crucial para sua Presidência. Na cidade de Lyon, manifestantes jogaram pedras na polícia na noite de quarta.

O governo francês - como muitos endividados da Europa - diz que o aumento da idade para aposentadoria e o aprimoramento do sistema de pensão é vital para garantir que as futuras gerações recebam qualquer pensão. Os sindicatos dizem que a classe trabalhadora é punida injustamente pela reforma e que o governo deveria buscar financiamento para a pensão em outro lugar. Eles temem que a reforma dê início ao fim de uma série de benefícios que fazem da França um lugar invejável de se morar e trabalhar.

Sindicatos que tomam a dianteira nos protestos se reunirão nesta quinta para decidir os próximos passos.

O Ministério do Interior disse que 245 pessoas foram detidas, elevando a quase 2 mil o total desde 12 de outubro.

O ator Tim Robbins e sua banda cancelaram uma temporada que fariam em Paris, e a cantora Lady Gaga adiou shows marcados para a capital. A Air France-KLM informou que as greves estão custando 5 milhões de euros por dia para a companhia aérea.

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