A proximidade das férias, a grana do 13º salário, a extensão do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido para materiais de construção e a tradição de mudar a casa no segundo semestre deverão incentivar a ampliação e a reforma da casa própria neste fim de ano.
Essa conjunção de fatores deverá ajudar as lojas a vender pelo menos 11% mais neste ano que no ano passado, segundo o diretor de marketing e pesquisas na Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), Arnaldo Laghetto.
- Alguns fatores contribuem para que pessoa deixe a casa bonita para o fim do ano. O primordial é uma tradição do povo brasileiro de reformar a casa para o Natal. Depois, vem a redução e isenção de impostos. Ainda tem as férias do homem da casa (ou da mulher, se for ela), que costumam ser no fim do ano. Outro fator é a entrada do 13º salário, que também ajuda nas pequenas reformas.
A indústria de materiais de construção é ainda mais otimista quanto ao crescimento das vendas e prevê aumento de 13% nos negócios em 2010, segundo o presidente da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), Melvyn Fox.
- Vamos ter um fim de ano melhor que o ano passado. O crescimento final deste ano deve ser de 12% a 13%, o que é muito bom. A construção civil está crescendo quase o dobro da previsão do PIB [Produto Interno Bruto]. Em 2009, houve uma queda de 12% [nas vendas] por causa da crise financeira mundial. Em 2008, tivemos um crescimento de 14% sobre 2007.
Impacto do IPI no bolso
A redução do IPI na indústria de materiais de construção - que começou em abril de 2009 com o objetivo de incentivar o consumo diante da crise financeira mundial e foi estendida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, até dezembro de 2011 - foi de 5% a 7%, em média. No entanto, esse produto chega com desconto ainda maior para consumidor, segundo o presidente da Abramat.
Vale lembrar que, na reforma como um todo, não se gasta apenas com materiais, já que tem a mão de obra dos pedreiros, arquitetos, engenheiros, encanadores e eletricistas. Mesmo assim, um estudo recente da Abramat em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas) mostrou que a desoneração de tributos sobre o setor poderia gerar um ganho de mais de R$ 38 bilhões para o governo em três anos.
- Quando se reduz os tributos, você está injetando no mercado mais dinheiro. Sobra dinheiro no bolso do consumidor. Em uma obra de R$ 60 mil, por exemplo, sobra, em média, R$ 2.000 de tributos que não foram cobrados. Esses R$ 2.000 são injetados na economia [não só] por meio da própria construção civil como também na compra de móveis, eletrodomésticos e outros bens. Essa dinâmica faz com que o governo aumente sua arrecadação, porque há mais consumo.
Compras
O brasileiro que está pensando em reformar ou construir neste fim de ano deve começar agora a pesquisar preços e ir às compras, segundo as entidades ouvidas pelo R7. Isso porque não existe a cultura de vender produtos antigos com desconto nas lojas de construção, explica Fox.
- A partir desse momento que a gente sabe que o IPI reduzido vai continuar, é a melhor hora [para as compras] porque as lojas começam a fazer promoções de olho na captação do dinheiro do 13º salário.