A John Deere voltou a registrar queda no desempenho financeiro. No segundo trimestre do ano fiscal, a companhia apresentou recuo de 24% no lucro líquido e de 18% nas vendas em comparação ao mesmo período do ano anterior. Apesar do cenário negativo, os executivos da montadora mantêm o otimismo e projetam retomada nos próximos anos.
“Apesar dos desafios de mercado no curto prazo, continuamos confiantes no futuro”, afirmou John May, CEO da empresa, em comunicado divulgado no dia 15 de maio.
A fala do executivo acompanha os dados divulgados pela companhia: o lucro líquido caiu de US$ 2,37 bilhões para US$ 1,804 bilhão. Já a receita com vendas passou de US$ 13,6 bilhões para US$ 11,1 bilhões.
Desempenho por segmento
As áreas de agricultura de precisão e construção também sofreram retrações expressivas. O primeiro segmento caiu 21%, com receita passando de US$ 6,58 bilhões para US$ 5,23 bilhões. Já o setor de construção teve queda de 23%, fechando o trimestre com US$ 2,94 bilhões em vendas.
Com o resultado abaixo do esperado, a John Deere revisou para baixo sua expectativa de lucro anual, que agora deve ficar entre US$ 4,75 bilhões e US$ 5,5 bilhões, antes, a previsão era de US$ 5 bilhões a US$ 5,5 bilhões.
Cenário global e impacto no Brasil
Mesmo com a revisão nas projeções de lucro, a empresa manteve as previsões de vendas globais. A expectativa é de estabilidade na América do Sul e Ásia, queda de 30% nos EUA e Canadá, e recuo de 6% na Europa.
No Brasil, a perspectiva também é de retração. Antonio Carrere, vice-presidente de vendas e marketing da John Deere para a América Latina, afirmou que a taxa Selic elevada (atualmente em 14,75%) e a falta de recursos para o Plano Safra 2025/2026 podem impactar diretamente o setor.
“O momento atual com juro alto, volatilidade e incertezas globais é certamente muito negativo. Nossos produtores não estão comprando as tecnologias que poderiam trazer mais produção e mais gestão de custo”, disse Carrere durante a 30ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
A expectativa da companhia é de que o mercado brasileiro de máquinas agrícolas feche o ano com desempenho entre estável e até 5% inferior ao de 2024.
Compromisso com o mercado americano
Mesmo diante das dificuldades, a empresa reforçou o compromisso com o mercado dos Estados Unidos. John May destacou que a John Deere seguirá investindo em inovação, infraestrutura e competitividade global nos próximos anos, especialmente em solo americano.