O Brasil registrou em maio um saldo positivo de R$ 6,297 bilhões (US$ 3,443 bilhões) em suas trocas comerciais com o exterior - ou seja, as vendas de produtos brasileiros para outros países superaram as compras. O valor é o maior desde junho do ano passado, R$ 8,421 bilhões (US$ 4,604 bilhões). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (1º) pelo Ministério do Desenvolvimento.
A balança comercial é a diferença de tudo que é vendido ou comprado do Brasil. Esse resultado pode ser positivo, quando o Brasil vende mais, ou negativo, quando o país compra mais produtos estrangeiros.
As vendas para o exterior tendem a gerar empregos, estimulando contratações para atender a demanda dos mercados externos ? o que acaba por aquecer a demanda interna também. Já as importações, embora estimulem a concorrência com os produtos fabricados no Brasil e ajudem a melhorar os preços para o consumidor, tendem a prejudicar a indústria doméstica, o que tem reflexo negativo na economia.
No mês passado, as empresas brasileiras exportaram R$ 32,376 bilhões (US$ 17,702 bilhões) e importaram R$ 26,079 bilhões (US$ 14,259 bilhões); com isso, a corrente de comércio (soma das exportações com as importações) do país em maio foi de R$ 58,456 bilhões (US$ 31,961 bilhões), valor que também é o maior do ano.
Nos 102 dias úteis acumulados de janeiro a maio deste ano, as exportações brasileiras totalizaram R$ 131,858 bilhões (US$ 72,093 bilhões), enquanto as importações, no mesmo período, chegaram a R$ 121,584 bilhões (US$ 66,476 bilhões).
No período, o saldo positivo no comércio chegou a R$ 10,273 bilhões (US$ 5,617 bilhões).
Estímulo
No último dia 5 o Ministério da Fazenda anunciou um pacote de estimulo às exportações ? o setor exportador vem sofrendo problemas depois da crise financeira que abalou o mundo e desaqueceu os mercados.
A principal medida é agilizar a devolução dos créditos do PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) dos exportadores. Os dois tributos são recolhidos sobre as matérias-primas, mas como não se pode exportar impostos, as empresas são reembolsadas pelo governo. A reclamação é que o governo deixa esse dinheiro no Tesouro e demora anos para devolver.
O governo também criou o Eximbank, instituição voltada para estimular o comércio exterior, que inicialmente terá os recursos das linhas de financiamento para o setor exportador já existentes no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Competitividade
Segundo o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, as medidas do pacote de apoio à exportação são ?altamente positivas e alentadoras?, mas não resolvem problemas estruturais que impedem a maior competitividade das vendas externas do país.