O governo dos Estados Unidos está avaliando a possibilidade de isentar produtos como café, cacau e outros recursos naturais das novas tarifas de importação que serão definidas até esta sexta-feira (1º), segundo declarou o secretário de Comércio Howard Lutnick. A fala foi dada durante entrevista à emissora CNBC News, na qual ele evitou citar países específicos, mas indicou que a medida pode beneficiar nações exportadoras desses itens, como o Brasil.
“Se você cultiva algo que nós não cultivamos, então isso pode entrar sem tarifa. Café e cacau seriam exemplos”, afirmou Lutnick.
Decisão será anunciada em breve
A definição sobre as novas tarifas faz parte de uma série de medidas comerciais anunciadas pelo presidente Donald Trump. Na segunda-feira (28), Trump declarou que países que não foram notificados por carta da Casa Branca, como o Brasil, devem ser taxados com uma alíquota universal entre 15% e 20%. No entanto, a sinalização de isenção para produtos naturais pode abrir exceções importantes nesse pacote.
“Para o resto do mundo, vamos ter tudo pronto até sexta-feira. Portanto, podem esperar. 1º de agosto é a data em que vamos definir todas essas taxas”, reforçou o secretário.
Brasil observa com atenção
O Brasil acompanha com expectativa as decisões da Casa Branca. O país é um dos maiores exportadores mundiais de café e cacau, além de frutas tropicais como manga e abacaxi — produtos que se encaixam na categoria de itens que os EUA não produzem internamente e que, portanto, podem ser isentos de taxas, segundo a lógica apresentada por Lutnick.
Embora ainda não haja confirmação de que o Brasil será diretamente beneficiado, uma eventual exclusão desses produtos da nova política tarifária poderia amenizar o impacto econômico para os exportadores brasileiros.
Negociações seguem com Europa e China
Além das discussões sobre os recursos naturais, os EUA também seguem negociando com a União Europeia questões relacionadas a tarifas sobre aço, alumínio e serviços digitais. O avanço nas tratativas ocorre após o princípio de acordo anunciado entre Trump e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
Paralelamente, seguem as conversas com a China, que ocorrem nesta semana em Estocolmo, na Suécia. Lutnick destacou que as negociações com Pequim seguem um cronograma próprio e independente das demais frentes. A expectativa é que um novo acordo entre os dois países seja alcançado até o dia 12 de agosto.