Durante a era Lula, a participação de negros nas empresas passou de 23,4% (2003) para 31,1% (2010), segundo pesquisa do Instituto Ethos com as 500 maiores empresas do país.
"A mão de obra negra está mais inserida no mercado de trabalho, mas ainda está bem abaixo do que deveria, considerando que eles representam 46% da PEA (população economicamente ativa)", diz Paulo Itacarambi, vice-presidente do Ethos.
Alguns fatores, diz ele, explicam esse aumento. Um é a melhoria da autoestima, que tem contribuído para aumentar o número de pessoas que se declaram negras (pretos e pardos).
Há ainda a política de cotas nas universidade, melhorando a qualificação. Por fim, vem a percepção, por parte das empresas, de que a diversidade é positiva para a organização.
Mas, apesar dos avanços, a análise da presença do negro em diferentes níveis hierárquicos evidencia uma enorme desigualdade.
Quanto maior o nível hierárquico, menos negros. Eles ocupam 25,6% dos cargos de supervisão. Estão em 13,2% dos cargos de gerência e em 5,3% dos cargos de diretoria. "É preciso criar oportunidades para essas pessoas subirem na empresa e isso requer esforço e investimento", diz Itacarambi.
O Ethos defende que as empresas tenham metas -mas não cotas- para reduzir as desigualdades. "Empresas não funcionam com cotas. Mas, se fizerem esse investimento, rapidamente a gente equilibra isso."