Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Ministério do Trabalho, revelam que foram criados 242 mil postos com carteira assinada em agosto, o melhor resultado de 2009. Até agora, o melhor saldo deste ano havia sido registrado em julho, com 138 mil vagas abertas.
O número veio até melhor do que o mesmo mês de 2008, quando foram criadas 239,1 mil vagas. Com isso, foi o melhor mês de agosto da série histórica do Caged, que começa em 1992.
"O resultado superou todas as expectativas. É o melhor resultado do Caged para o mês de agosto. A massa salarial está se recuperando e, com isso, a população tem mais dinheiro para comprar.A indústria teve de produzir para vender e agora está contratando", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Presidente Lula
O número de postos de trabalho criados em agosto deste ano supera bastante a estimativa feita nesta segunda-feira (14) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente disse, no início da semana, que esperava a abertura de 150 mil vagas no mês passado. Segundo o ministro Lupi, os dados do presidente Lula eram "parciais". "Ele tinha os números da semana anterior. O resultado só fechou hoje. Nos três últimos dias, ocorrem os registros das indústrias maiores. Graças a Deus o resultado veio acima do que o presidente falou", disse ele.
Crise financeira
A criação de vagas formais vinha em trajetória favorável até setembro do ano passado, mês no qual foram criadas 282 mil vagas. De outubro em diante, o emprego começou a sentir os efeitos da crise financeira internacional. Em outubro, o resultado ainda foi positivo, mas houve queda no número de empregos criados.
O governo contabilizou a criação de 61,4 mil postos em outubro, mas em novembro já houve o fechamento de 40 mil vagas e de outras 642 mil em dezembro. Ao todo, o Brasil registrou a demissão de quase 800 mil postos formais por conta da crise. A partir de fevereiro, porém, o emprego formal começou a se recuperar, com a abertura de 9,1 mil postos formais. Entre fevereiro e agosto deste ano, foram criadas 781,5 mil postos.
Ou seja, as vagas abertas quase chegam ao número de demitidos por conta da crise (entre novembro e janeiro). "Se avaliar o período da crise, já recuperamos. Os empresários subestimaram a força do mercado interno. Agora vão ter mais custos para contratar", disse o ministro Lupi. Acumulado do ano e projeções No acumulado de janeiro a agosto deste ano, o Ministério do Trabalho informou que foram criadas 680 mil vagas com carteira assinada, o que representa uma queda de 62% frente ao mesmo período do ano passado, quando foram abertas 1,8 milhão de vagas.
Até o momento, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, vinha projetando a criação de um milhão de vagas em todo ano de 2009. Frente ao resultado de agosto, ele passou a afirmar que o número de postos criados superará esta marca. Porém, não citou um número. Para ele, o Produto Interno Bruto (PIB) terá crescimento de 2% neste ano. "O mês de setembro será melhor do que o de agosto. Acho que teremos recordes sequenciais. O que temos é uma recuperação generalizada no emprego formal. Vamos ter o melhor ano do governo Lula em 2010, com mais de 1,8 milhão de vagas abertas", disse Lupi a jornalistas.
O recorde atual do governo Lula é o ano de 2007, quando foram abertas 1,61 milhão de vagas. Setores Dados do Ministério do Trabalho mostram que todos os setores da economia registraram contratações em agosto deste ano, com exceção da agropecuária, que fechou 11,2 mil vagas. Neste caso, explicou Lupi, isso se deve ao fim das safras de café em Minas Gerais e São Paulo. No caso da indústria, os números confirmam a recuperação, com a abertura de 66,5 mil postos com carteira assinada em agosto, superando até o mesmo mês de 2008 (+54,5 mil vagas).
"O número de empregos gerados em agosto é quase três vezes maior do que o registrado no mês de julho [+17,3 mil postos]", informou o Ministério do Trabalho. A construção civil abriu 39,9 mil empregos com carteira assinada no mês passado, e o Comércio contratou outros 56,8 mil trabalhadores formais. O setor de Serviços, por sua vez, foi o grande destaque do mês passado, com a abertura de 85,5 mil vagas. Esse é o segundo maior saldo do mês de agosto da série histórica, que começa em 1992.