Embarque recorde de soja reforça o saldo da balança comercial brasileira

Volume de embarques do grão chega a 8,3 milhões de toneladas em abril e marca recorde

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A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 506 milhões, segundo resultado positivo no ano, influenciado pelos embarques de soja, mas ainda limitado por importações em nível elevado, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior na sexta-feira (2).

O resultado veio acima do esperado com projeção de superávit de US$ 250 milhões.

O secretário de Comércio Exterior da pasta, Daniel Godinho, disse que o resultado de abril foi influenciado pelas vendas de produtos básicos, sobretudo o início dos embarques de soja da safra de 2014.

"Nunca exportamos tanta soja", disse Daniel Godinho ao se referir ao volume recorde de embarques do grão de 8,3 milhões de toneladas em abril.

No mês passado, as exportações somaram US$ 19,724 bilhões, 5,2% superior pela média diária às vendas ocorridas em igual período do ano passado e 6,3% maior sobre março deste ano. Somente os embarques de soja atingiram US$ 4,1 bilhões.

Já as importações atingiram US$ 19,218 bilhões, 2,22% inferior a abril de 2013 e 4,2% superior a março, na comparação pela média diária e puxadas pelas maiores aquisições no exterior de máquinas e equipamentos.

Nos primeiros quatro meses do ano, as exportações somaram US$ 69,312 bilhões, com queda de 1,8% sobre igual período do ano passado pela média diária das operações.

As vendas ao exterior estão se recuperando lentamente em relação ao esperado devido aos menores preços das commodities no mercado internacional e pela queda das vendas de produtos manufaturados e semimanufaturados, segmentos que não conseguem aproveitar a melhora do patamar de câmbio em 2014 em relação a anos anteriores.

"O patamar de câmbio superior ao registrado em 2013 ajuda as exportações, mas há um atraso nesse efeito. Sem dúvida, o fator câmbio ajuda, mas isso ainda não se mostrou plenamente", disse Godinho.

No ano passado o dólar se valorizou 15%, mas nos últimos três meses houve uma desvalorização de quase 8%, ressaltando o aspecto volátil da moeda americana, mas que se mantém ainda em nível superior frente a anos anteriores. Nesta sexta-feira, o dólar fechou em queda de 0,48% ante o real em R$ 2,21 na venda.

No lado das importações, as compras de produtos no exterior atingiram US$ 74,878 bilhões no acumulado do ano, com queda de 2,3%o frente a igual período do ano anterior também pela média diária das operações.

Com essas operações, a balança comercial brasileira registrou saldo comercial negativo de US$ 5,566 bilhões entre janeiro e abril. O déficit continua elevado principalmente ao alto saldo negativo da conta petróleo.

De acordo com dados do Ministério, entre janeiro e abril, a conta petróleo apresentou deficit de US$ 5,6 bilhões, resultado de exportações de US$ 69,2 bilhões de petróleo e derivados entre janeiro e abril e de importações de US$ 74,9 bilhões desses insumos no período.

O alto saldo negativo na conta petróleo é o principal fator do elevado déficit comercial no primeiro quadrimestre do ano.

Os resultados fracos da balança comercial brasileira continuam sendo um dos principais fatores de pressão das contas externas do país.

Para abril, o Banco Central estima déficit na conta transações correntes do balance de pagamentos do país de US$ 7,8 bilhões, num quadro de persistente piora das contas externas do país.

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