Em queda há 5 meses, produção industrial tem alta de 0,7%

Após 5 meses de queda, produção industrial sobe 0,7% em julho

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Após cinco meses de queda, a produção industrial subiu 0,7% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro do intervalo de expectativas dos analistas de 32 instituições, que esperavam desde queda de 0,5% a avanço de 1,4%, com mediana de 0,5%. Os cinco meses de queda acumularam uma retração de 3,5%.

A alta de 0,7% na produção industrial de julho foi o melhor resultado desde janeiro deste ano, quando a atividade havia aumentado 2,5% na comparação com o mês imediatamente anterior. A base de comparação mais baixa e o maior número de horas trabalhadas contribuíram para elevar a produção em julho ante junho, afirmou há pouco André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

"É claro que a base de comparação mais baixa, em função de recuos sucessivos em meses anteriores, combinado também com um mês de julho com número de horas maior do que em junho, mês claramente marcado por feriados da Copa do Mundo, dá a conotação não só do resultado positivo, mas também do espalhamento", explicou Macedo.

Apesar disso, ele ressalta que a produção tem apresentado tendência negativa desde outubro do ano passado. Só neste ano, teve cinco meses consecutivos de queda, período em que acumulou perda de 3,5%. "Há uma recuperação, uma melhora nesse ritmo de junho para julho, mas ainda insuficiente para reverter perdas observadas em meses anteriores", citou Macedo.

Em relação a julho de 2013, a produção caiu 3,6%, a quinta taxa negativa consecutiva. Nesta comparação, sem ajuste, as estimativas de 29 casas variavam desde queda de 5,25% a recuo de 3,00%, com mediana negativa de 3,70%. Na comparação com igual mês do ano anterior, a queda de 3,6% foi a quinta taxa negativa consecutiva, segundo o IBGE. No ano, a produção da indústria acumula queda de 2,8%. Já em 12 meses, o recuo é de 1,2%.

A produção industrial subiu em 20 dos 24 ramos pesquisados. As principais influências positivas vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (44,1%) e de veículos automotores, reboques e carrocerias (8,5%).

Os aumentos observados na produção de bens de capital (16,7%) e de bens de consumo duráveis (20,3%) em julho ante junho foram puxados pelo setor de veículos, afirmou Macedo. Segundo Macedo, a recuperação na produção de caminhões e automóveis, respectivamente, contribuiu para os resultados.

Apesar disso, o gerente do IBGE pondera que as elevações mais vigorosas observadas em julho foram justamente nos setores mais marcados por reduções nas jornadas de trabalho e por concessão de férias coletivas no mês anterior, em função da realização da Copa do Mundo. Além disso, não compensam os recuos acumulados entre março e junho, nem para bens de capital (-19,2%) nem para duráveis (-30,9%).

"O setor de veículos ainda encontra-se com nível de estoques bem acima do desejado. O setor ainda está tentando adequar sua produção corrente aos estoques existentes. É um resultado positivo em julho em cima de uma base mais fraca em junho. Para saber o que vai acontecer daqui para frente temos que esperar, mas é claro que uma sinalização de queda nas vendas pode gerar descompasso nos estoques", comentou Macedo.

Outras contribuições positivas importantes sobre o total da indústria vieram dos ramos de outros equipamentos de transporte (31,3%), de máquinas e equipamentos (7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (13,1%), de outros produtos químicos (2,4%), de confecção de artigos de vestuário e acessórios (8,6%), de produtos farmacêuticos e farmoquímicos (5,0%), de produtos têxteis (5,9%), de produtos de minerais não-metálicos (2,5%) e de indústrias extrativas (1,1%).

Por outro lado, a produção de alimentos recuou 6,3% em julho ante junho, sendo a principal influência negativa no índice. Também teve retração a produção de coque, petróleo, derivados e álcool (-2,6%). A produção da indústria em geral avançou 0,7% em julho, após recuo de 1,4% em junho.

Revisão - O IBGE revisou o resultado da produção industrial de maio ante abril, de -0,8% para -0,9%. Também foram revisados os resultados de março (-0,7% para -0,6%). Além disso, a produção de bens de capital mostrou queda de 12,7% em junho ante maio, em vez dos -9,7% apurados inicialmente. Na comparação com igual mês do ano anterior, o IBGE revisou a queda de junho, de -6,9% para -7,1%.

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