O conselho de administração da empresa de energia MPX (MPXE3) aceitou a renúncia do empresário Eike Batista do cargo de presidente e membro do grupo. De acordo com informações de mercado, a saída foi uma decisão pessoal do bilionário.
Com a saída do comando da empresa, a MPX deve trocar de nome e perder a letra "X", marca registrada das empresas do bilionário. Em conferência realizada na manhã desta quinta, o presidente da empresa, Eduardo Karrer, afirmou que o novo nome deve ser decidido até outubro.
Eduardo Karrer Eduardo Karrer
As empresas controladas pelo empresário vivem uma séria crise de confiança, e as ações vêm desabando nos últimos meses. A saída de Eike Batista foi uma das formas de aliviar a pressão sobre a empresa, considerada uma das mais saudáveis do grupo EBX, ao lado da mineradora MMX.
Com dívidas que chegam a quase R$ 8 bilhões, o grupo EBX tenta renegociar os pagamentos com alguns dos maiores bancos do país (Itaú e Bradesco, Caixa e BTG, por exemplo), além de fundos estrangeiros.
O conselho da MPX decidiu também cancelar a oferta pública de ações da companhia e promover um aumento de capital de R$ 800 milhões por meio de uma operação privada, diante das condições desfavoráveis dos mercados acionários, informou a companhia nesta quinta-feira (4).
A recomendação para o cancelamento da oferta pública e promoção da capitalização privada partiu do banco BTG Pactual (BBTG11), do bilionário André Esteves, que tem atuado como assessor financeiro do grupo EBX. Inicialmente, a operação previa levantar pelo menos R$ 1,2 bilhão.
Além disso, segundo a MPX, "investidores e acionistas relevantes da MPX não manifestaram interesse em participar da oferta pública".
A capitalização será promovida ao preço de R$ 6,45 por ação, valor de fechamento da ação da MPX na quarta-feira (3).
Após o aumento de capital, a E.ON terá cerca de 38% de participação na empresa, enquanto o bilionário Eike Batista vai ficar com 24%.