Considerado porto seguro pelos analistas, os papéis da dívida do governo federal atraem investidores jovens, que buscam elevar o retorno de suas aplicações e poupar rumo à aposentadoria. Levantamento feito pelo Tesouro Nacional para o jornal Folha de S. Paulo mostra que a faixa etária que mais compra os títulos é aquela entre 26 e 35 anos.
Jovens dessa idade representam 36,6% do total de pessoas físicas que investem no Tesouro Direto, programa que permite negociar a compra e a venda dos papéis com o governo pela internet.
Os dados mostram que os compradores são na maioria homens (80%) e moradores do Sudeste (70%). Somente o Estado de São Paulo concentra 42% dos cadastrados.
Para especialistas, a aplicação atrai os mais jovens pela possibilidade de investir pequenos valores (a partir de R$ 100) e pela facilidade de fazer tudo pela internet, no site do Tesouro. "O Tesouro Direto ainda é novidade para o investidor tradicional, que recorre à poupança ou aos fundos. Ele acaba sendo um tipo de aplicação para um investidor mais instruído e antenado", afirma o professor de economia da FGV (Fundação Getulio Vargas) Rogério Mori.
É o caso do analista de sistemas Rodrigo Lima Torres, 32, que investe nos papéis desde 2008. Ele optou pela aplicação devido às baixas taxas de administração e à segurança -o risco de calote é mínimo e os papéis têm renda fixa atrelada a indicadores como a inflação. "O que me atrai é o fato de estar pensando numa aposentadoria futura. Não dá para ficar dependendo da Previdência Social", diz.
Para a consultora de finanças pessoais Sandra Blanco, autora do livro "A Bolsa para Mulheres", a falta de informação financeira é justamente o que afasta as mulheres dos títulos negociados pelo site do Tesouro. "As mulheres preferem investir em fundos porque o operacional do Tesouro é mais complicado, você tem que acompanhar o investimento, decidir o que quer comprar", completa Sandra.