Em apenas 53 dias do ano, brasileiro já pagou R$ 200 bi em impostos

Impostômetro vai atingir a marca quatro dias antes do que no ano passado, diz ACSP

Dinheiro | Arquivo
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Em 53 dias, o brasileiro já pagou mais de R$ 200 bilhões em impostos municipais, estaduais e federais. Em uma conta simples, é como dizer que o valor do que foi pago de 1º de janeiro até esta terça-feira (22) seria suficiente para dar um salário de R$ 540 (o mínimo em vigor atualmente) a 370 milhões de pessoas ou quase dois salários para cada brasileiro.

Segundo o ACSP (Associação Comercial de São Paulo), o impostômetro vai girar para o novo valor na noite de hoje. O número aparecerá no painel quatro dias antes do que em 2010. Em 2009, a soma só foi atingida em 9 de março.

Emilio Alfieri, economista da ACSP, diz que o país está arrecadando mais impostos. Ele afirma que os números mostram uma economia em crescimento, com mais gente trabalhando, ganhando melhor e consumindo mais.

- O brasileiro está pagando mais imposto. Mas isso é porque ele está ganhando e consumindo mais. Nenhum imposto novo foi criado e nenhuma cobrança aumentou do ano passado para cá. A arrecadação aumenta porque reflete o crescimento no consumo, já que todos os produtos têm suas taxas de impostos embutidas.

Ele diz que o problema maior do país não é a arrecadação, mas o peso da carga tributária. Para Alfieri, o Brasil arrecada bastante, mas não sabe devolver esse dinheiro para o brasileiro na forma de melhores serviços públicos, como educação ou hospitais de qualidade.

- A carga tributária em relação ao PIB [Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas geradas] está entre 36% e 37%. Em países como o Chile, esse número é 19%. O Brasil cobra muito imposto e fornecer serviços insatisfatórios em troca. O brasileiro hoje tem de trabalhar praticamente cinco meses no ano só para pagar seus impostos.

É como se a cada R$ 100 em riquezas que os trabalhadores geram para o país, R$ 36 aparecessem como impostos que ele paga.

Em 2011, a estimativa é que o total de tributos e cobranças passe de R$ 1,4 trilhão. Esse número é quase o dobro do total arrecadado em 2005 (R$ 732,87 bilhões) e, se for atingido, será um novo recorde. O recorde de 2010 é de R$ 1,27 trilhão. Em 2009, foram R$ 1,09 trilhão. Em 2008, R$ 1,06 trilhão.

Vale dizer que, até meados de maio, cada trabalhador vai ter gastado seu suor só para entregar os tributos aos governos. E o economista não vê uma mudança no curto prazo para os pesados impostos.

- Para reduzir impostos, só uma reforma tributária não basta. Precisa de uma reforma fiscal, uma redução em tudo aquilo que se gasta pelo poder público. Os governos gastam muito com supérfluos e são ineficientes.

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