A economia brasileira cresceu 0,6% no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior, informou nesta sexta-feira (30) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em valores correntes, o PIB (Produto Interno Bruto) alcançou R$ 1,098 trilhão.
Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o crescimento foi de 0,9%. No acumulado deste ano, de janeiro a setembro, a economia cresceu 0,7%.
O resultado veio abaixo do esperado pelo governo e pelo mercado. Pesquisa realizada pela agência de notícias Reuters com 42 economistas indicava crescimento de 1,2% em relação ao segundo trimestre. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta semana que ficaria "satisfeito com qualquer número de 1% a 1,3%".
Apesar de fraca, a expansão trimestral registrada entre julho e setembro foi a melhor desde o primeiro trimestre de 2011 (0,7%) e mostrou uma modesta melhora sobre o desempenho do segundo trimestre.
O IBGE também revisou para baixo os dados do segundo trimestre: de 0,4% para 0,2%. Sobre o desempenho de 2011 todo, o IBGE manteve o crescimento de 2,7%.
Em relação ao 2º tri, indústria sobe 1,1% e agropecuária, 2,5%
Em relação ao segundo trimestre, o maior destaque foi a agropecuária, que cresceu 2,5%, seguida da indústria (1,1%). Os serviços ficaram estáveis.
O crescimento da indústria foi puxado pela indústria de transformação, que se expandiu em 1,5%, e pela construção civil (0,3%). As demais atividades caíram: extrativa mineral (-0,4%) e eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-0,5%).
Dentre os serviços, registraram crescimento os serviços de informação (0,5%), comércio (0,4%), atividades imobiliárias e aluguel (0,4%) e outros serviços (0,3%).
Na comparação com 2011, agropecuária cresce 3,6% e indústria tomba 0,9%
Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB apresentou crescimento de 0,9% no terceiro trimestre de 2012.
O destaque foi a agropecuária, que cresceu 3,6% neste trimestre em relação a igual período de 2011. Os destaques positivos foram o café e o milho com crescimento de produção (14,5% e 27,1%, respectivamente) e de produtividade.
A indústria, que já havia apresentado queda de 2,4% no trimestre anterior, recuou 0,9%.
O setor de serviços cresceu 1,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Previsão de crescimento cai de 4,5% para 2% em um mês
No ano passado, a economia cresceu 2,7%. Para este ano, a previsão inicial era crescer 4,5%. Porém, os efeitos da crise global foram pesando, e a estimativa foi ficando menos otimista: caiu para 3% em agosto, e para 2% em setembro.
A previsão é ainda mais negativa do ponto de vista do Banco Central, que falou em crescimento de 1,6% em seu relatório de setembro. O mercado financeira espera apenas 1,5%, segundo o último Boletim Focus.
País tem tomado medidas para tentar estimular a economia
Nos últimos meses, o governo tem adotado isenções fiscais e outras medidas para tentar estimular a economia brasileira em meio à crise global.
Administração, saúde e educação pública (0,1%) e transporte, armazenagem e correio (-0,1%) ficaram praticamente estáveis. Intermediação financeira e seguros teve recuo de 1,3%.