Dólares voltaram a entrar no Brasil no início de junho, diz BC

Na parcial deste mês, até dia 8, houve entrada de US$ 843 milhões no país

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Após registrar em maio a maior saída de dólares do país em dois anos, o fluxo de dinheiro para o país retornou ao azul no início de junho, com mais entrada do que retirada de recursos do Brasil, segundo números divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Banco Central. Na parcial deste mês, até a última sexta-feira (8), US$ 843 milhões entraram na economia brasileira.

Com isso, o fluxo de dólares retomou uma tendência registrada nos quatro primeiros meses deste ano, quando, respectivamente, entraram no Brasil US$ 7,28 bilhões, US$ 5,7 bilhões, US$ 5,74 bilhões e US$ 6,58 bilhões, de acordo com informações da autoridade monetária.

Na parcial de 2012, até 8 de junho, houve o ingresso de US$ 23,46 bilhões, com recuo de 41,3% frente ao mesmo período do ano passado (quando foi de US$ 39,98 bilhões). Nesta terça-feira (12), o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que o controle de fluxos de capitais é medida macroprudencial. "Quando saem, [os recursos] causam estragos", explicou ele.

Impacto na cotação do dólar

A entrada de recursos no país teoricamente favorece a queda do dólar, segundo analistas. Isso porque, com mais dólares no mercado, seu preço tenderia a ficar mais baixo. No fim de maio, o dólar estava cotado pouco acima de R$ 2. Nesta quarta-feira, por volta das 12h40, porém, a moeda norte-americana opera por volta de R$ 2,06.

Uma alta do dólar, segundo analistas, além de encarecer viagens ao exterior, também pode pressionar a inflação. Por outro lado, dólar alto torna as exportações brasileiras mais baratas e encarece as compras feitas no exterior - melhorando as condições de competitividade da indústria nacional.

Medidas do governo

Em março, o Ministério da Fazenda anunciou a ampliação do prazo de incidência do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% para empréstimos buscados no exterior por empresas de dois para três anos. Posteriormente, o prazo de incidência do IOF majorado subiu para 5 anos.

O Banco Central, por sua vez, definiu em março que os exportadores que desejarem receber antecipadamente por suas vendas externas, nos chamados pagamentos antecipados (PA), deverão enviar o produto ao exterior em até 360 dias ? limitando, assim, estas operações. Até o momento, não havia prazo formal para o envio.

Outros fatores que, teoricamente, também contribuem para "aliviar" o ingresso de dólares no Brasil, e, consequentemente, a pressão pela queda da cotação da moeda norte-americana, são as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa de juros. Recentemente, os juros básicos caíram, na sétima redução consecutiva para 8,5% ao ano, o menor patamar da história.

Contas comercial e financeira

O fluxo cambial brasileiro possui duas contas: a comercial, na qual são fechados os contratos de câmbio para operações de exportação e importação, e a conta financeira ? que inclui as demais operações, como os investimentos estrangeiros diretos e os recursos para aplicações financeiras, além das remessas de lucros e dividendos e empréstimos tomados no exterior, entre outros.

Os números do BC mostram que o fluxo comercial registrou saída de divisas no começo de junho, no valor de US$ 284 milhões. Ao mesmo tempo, porém, foi contabilizada a entrada de US$ 1,12 bilhão por meio da conta financeira no último mês. Se confirmado o saldo positivo da conta financeira para todo este mês, será o primeiro desde março deste ano (+US$ 2,18 bilhões).

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