O dólar continuou a trajetória de alta nesta terça-feira (22) e encerrou com valorização de 1,67%, cotado a R$ 2,0804. A moeda tem a cotação mais elevada desde 14 de maio de 2009. Na segunda, o valor era o maior desde 18 de maio do mesmo ano.
O dólar chegou a operar em queda nos primeiros negócios do dia, mas pouco depois mudou de direção. No ano, a divisa acumula alta de 11,3% e no mês de maio já se valorizou 9,1%.
O clima nos mercados é de expectativas em relação ao encontro de líderes da União Europeia, previsto para ocorrer na quarta-feira. Dados da economia americana também impactaram a negociação da moeda.
Ação do governo
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu nesta terça que a atuação do governo no câmbio produziu algum "efeito colateral", embora fosse necessária. "Como todo remédio, tem algum efeito colateral, mas você não deixa de tomar o remédio. Pode ter alguma empresa com dívida no exterior e vai pagar mais caro. Outra consequência que pode haver é uma pequena elevação da inflação, mas isso já foi medido", disse o ministro em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.
"Por mais de 20 anos, países da Ásia fizeram isso. Como eram pobres, até tolerávamos, mas quando ganham escala mundial, com outros países, a gente tem de reagir. A gente acredita que isso faz bem para a indústria brasileira", afirmou Mantega.