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Dólar sobe e Ibovespa cai com impacto de tarifas anunciadas por Trump

Dólar atinge maior valor em mais de um mês e Ibovespa cai com anúncio de tarifas de Trump sobre produtos brasileiros. Entenda os impactos no câmbio e inflação.

Dólar sobe e Ibovespa cai com impacto de tarifas anunciadas por Trump | Foto: Reprodução
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O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (14), com avanço de 0,65%, cotado a R$ 5,5837 — o maior valor em mais de um mês. A valorização da moeda americana reflete o aumento das tensões nos mercados após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar novas tarifas sobre produtos brasileiros.

Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, encerrou o dia em queda de 0,65%, aos 135.299 pontos.

Tarifas contra o Brasil
Na semana passada, Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil, o que acendeu o sinal de alerta entre investidores. O mercado já projeta impactos diretos sobre exportadores brasileiros, além de reflexos no câmbio e na inflação.
Enquanto isso, o governo brasileiro estuda formas de reagir. Um comitê com representantes do setor empresarial deve ser criado para discutir saídas para a crise, e há negociações em curso para tentar reverter a taxação.

Trump ameaça novas tarifas globais
Além do Brasil, Trump voltou a mirar outros parceiros comerciais. Neste fim de semana, ele anunciou tarifas de 30% para produtos vindos do México e da União Europeia, que agora analisam possibilidades de negociação para reduzir os impactos.
O republicano também ameaçou impor tarifas de até 100% contra a Rússia, caso o governo de Vladimir Putin não avance em um acordo de paz na Ucrânia nos próximos 50 dias.

Impacto econômico já começa a ser sentido
No Brasil, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) — considerado uma prévia do PIB — registrou a primeira queda do ano, com retração de 0,7%.
Alguns setores exportadores, como o de mel orgânico e pescados, já relatam efeitos das medidas americanas. No entanto, o impacto mais significativo é esperado a partir de agosto, quando as tarifas de 50% devem entrar em vigor.

Segundo o consultor em comércio internacional Welber Barral, muitos exportadores estão tentando antecipar o envio de cargas aos EUA para evitar os custos extras. Os setores de café, carne bovina, suco de laranja, petróleo e aeronaves estão entre os mais expostos, por representarem uma fatia importante das exportações brasileiras aos EUA.

Inflação e juros em alerta
Outro efeito colateral da alta do dólar é o risco inflacionário. A valorização da moeda americana pressiona os preços e pode manter os juros elevados.


“Se o dólar seguir nesse patamar, a inflação persiste, e o Banco Central tende a manter a taxa de juros em 15% — o maior nível em quase duas décadas. Isso desacelera a economia e pode empurrar o país para uma recessão”, alerta o economista Robson Gonçalves, professor dos MBAs da FGV.

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