Dólar sobe e bate R$ 6,29, mesmo após novo leilão do Banco Central

No dia anterior, moeda americana disparou 2,82% e encerrou o dia cotada a R$ 6,26, maior valor da história

Dólar | Imagem de Pixabay/Сибирка
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O dólar subiu nesta quinta-feira (19), alcançando R$ 6,29, com investidores focados no cenário fiscal brasileiro e no Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central. A alta ocorreu mesmo após um leilão de venda de dólar para conter a valorização da moeda. O mercado continua atento ao pacote de cortes de gastos do governo, mas algumas medidas foram "desidratadas", o que pode resultar em uma contenção de despesas menor que o esperado. 

INVESTIDORES PREOCUPADOS

Investidores estão preocupados com a possibilidade de que o pacote de cortes de gastos não seja suficiente para equilibrar as contas públicas e conter o avanço das despesas. Espera-se que mais medidas sejam votadas nesta quinta-feira. Além disso, o mercado repercute o relatório de inflação do Banco Central, que admitiu que a meta de 3,0% para 2024 não será cumprida, pelo terceiro ano consecutivo. A meta poderia oscilar entre 1,5% e 4,5%.

O que está mexendo com os mercados?

O pacote de corte de gastos do governo federal segue em tramitação no Congresso, com o objetivo de economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e R$ 375 bilhões até 2030. O relator, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), apresentou seu parecer mantendo o limite para a alta do salário mínimo, mas alterou algumas regras, como a concessão do BPC e o reajuste do Fundo Constitucional do DF, reduzindo o impacto das medidas. 

Na terça-feira, a Câmara aprovou medidas para limitar benefícios tributários em caso de déficit primário e ativar um "gatilho" para conter gastos com pessoal quando houver déficit nas contas públicas.

O governo precisa reduzir os gastos para zerar o déficit público em 2024 e 2025, e começar a arrecadar mais do que gasta em 2026, a fim de controlar o endividamento. No entanto, agentes financeiros duvidam da eficácia das medidas, e declarações do presidente Lula ao Fantástico reforçaram a percepção de que o governo não pretende avançar significativamente na contenção de despesas.  

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