O dólar comercial registrou valorização de mais de 6% em relação ao real no mês de março, e termina o mês acima de R$ 1,82.
Nesta sexta-feira (30), o dólar comercial teve leva queda de 0,05% e fechou vendido a R$ 1,826.
A cotação do dólar fechou março com uma valorização acumulada de 6,17%, após o governo endurecer o tom contra a chamada "guerra cambial". Além disso, o Banco Central voltou a aumentar o número de intervenções no mercado, principalmente com leilões de compra no mercado à vista.
Apesar de março ter fechado com ganhos, no acumulado do ano a moeda norte-americana ainda registra queda, de 2,26%.
No dia 1º de março, o governo aumentou o prazo de incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2 para 3 anos em empréstimos externos. No mesmo dia, o governo limitou o financiamento à exportação para 360 dias.
No dia 12 de março, 11 dias depois da primeira medida, o prazo do IOF sobre empréstimo externo voltou a subir, desta vez para 5 anos. No dia 16 de março, o governo tomou uma nova medida para proteger exportadores brasileiros das oscilações do dólar. O IOF nas operações de hedge cambial com contratos de derivativos dos exportadores foi zerado.
Atuação do BC no dia
Para o operador de câmbio da corretora Renascença, José Carlos Amado, a quase estabilidade da moeda nesta sexta ocorreu em função da atuação do BC, que voltou a comprar dólares à vista. O último leilão desse tipo havia ocorrido na quarta-feira.
"O BC viu uma entrada de dólares no mercado e atuou antes que a moeda caísse mais próximo do fechamento", disse.
A autoridade monetária tem se tornado menos previsível nas sua atuações, evitando que o mercado acredite que ela vai operar em um determinado patamar. Parte de profissionais do mercado acredita que o BC não deixará a moeda cair abaixo de R$ 1,80.
Já outro operador, que preferiu não se identificar, disse acreditar que o BC não iria atuar nesta sexta, diante de um volume mais fraco no mercado, mas lembrou que a autoridade pode ter visto algum fluxo de entrada.
?Esta semana ele (o BC) já fez um leilão vendo um fluxo pontual, e acaba segurando a cotação", disse.
De olho no cenário internacional
Na maior parte do dia, a moeda norte-americana estava em queda, acompanhando melhora no cenário internacional.
Entre as notícias positivas, destaca-se a da decisão da zona do euro de aumentar o limite combinado de empréstimo dos seus dois fundos de resgate para 700 bilhões de euros, ante os 500 bilhões de euros definidos anteriormente.
Segundo a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, essa decisão dará suporte aos esforços do órgão para aumentar seus próprios recursos.