Após registrar queda de quase 2% na última sessão, o dólar fechou a sexta-feira (10) em alta de 0,76%, cotado a R$ 5,267 na venda. Com o desempenho de hoje, a moeda americana encerra a semana com ganhos de 1,59% frente ao real, depois de uma sequência de duas quedas semanais seguidas.
Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), caiu 0,93% neste pregão, terminando o dia aos 114.285,93 pontos. É a segunda semana negativa consecutiva para o indicador, que somou perdas de 2,26% desde segunda-feira (6) — puxadas principalmente pela sessão de quarta (8), um dia após os atos de 7 de setembro em apoio a pautas golpistas. R.
Em setembro, o dólar registra alta de 1,84% frente ao real, enquanto o Ibovespa tem queda de 3,78%. O cenário é semelhante em 2021, com a moeda acumulando ganhos de 1,51% e o indicador, perdas de 3,98%. O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Apesar de fechar em alta, o dólar passou boa parte da manhã em queda, chegando à casa dos R$ 5,16 na mínima do dia, pouco depois da abertura da sessão. Na avaliação de Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, essa mudança de direção pode ser reflexo das dúvidas do mercado sobre a durabilidade do "recuo" por parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Ontem, em "declaração à nação", Bolsonaro disse nunca ter tido intenção de agredir qualquer um dos Poderes, explicando que suas palavras, "por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum". Ele também afirmou que "sempre" esteve disposto a manter diálogo permanente o Legislativo e o Judiciário "pela manutenção da harmonia".
A nota — cuja publicação fez o dólar despencar e a Bolsa, subir —, veio dois dias depois de o presidente participar de atos antidemocráticos em Brasília e em São Paulo. Na terça (7), ele voltou a fazer ataques ao Judiciário e chegou a dizer que não cumpriria mais decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), a quem xingou de "canalha".