Dólar opera com valorização nesta terça

Medida foi anunciada na segunda-feira (20) pelo ministro Mantega

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Taxação do capital externo faz dólar operar em alta nesta terça . Analistas dizem, porém, que cobrança não mudará direção do câmbio. A taxação dos recursos de estrangeiros que entraram no Brasil, anunciada na segunda-feira (19) à noite pelo ministro Guido

Mantega, faz o dólar operar com alta nesta manhã. Por volta das 14h40, a moeda norte-americana era vendida a R$ 1,761, com valorização de 2,80% frente ao real. Na noite de segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou a aplicação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com alíquota de 2% sobre o capital estrangeiro que investir em ações e em renda fixa.

A intenção do governo já era noticiada desde o final da semana passada, e por isso a decisão não pegou o mercado de supresa. Nos mercados de dólar futuro e cupom cambial, os investidores estrangeiros já se protegiam de uma eventual alta do dólar. Alíquota de 2% Mas a alíquota de 2% foi uma novidade, segundo Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prosper, no Rio de Janeiro. "Surpreendeu, sim", disse, acrescentando que o mercado agora está dedicado a calcular o impacto da medida sobre o fluxo de curto prazo para o país.

"Mas não acho que muda muito o panorama", completou. Ele compartilha da visão predominante no mercado, que prevê a manutenção no médio prazo da tendência de queda do dólar em função da expectativa de uma contínua entrada de recursos. Analistas dizem que, após o grau de investimento concedido ao país, o perfil dos dólares que entram no país é cada vez menos especulativo. O maior impacto da medida, dizem, será sobre as ações e os investimentos de renda fixa, que perderão atratividade aos olhos dos estrangeiros.

Segunda vez A iniciativa não é inédita. Em março de 2008, o governo começou a cobrar 1,5% de IOF dos investimentos estrangeiros, mas somente em renda fixa. Mesmo assim, o dólar manteve a tendência de baixa e chegou a valer R$ 1,56 alguns meses depois.

A alíquota foi zerada em outubro, no auge da crise financeira global. O anúncio, porém, evitou que a moeda norte-americana voltasse a ameaçar o nível de R$ 1,70 nesta sessão. No exterior, o dólar se enfraquecia e já se aproximava do patamar psicológico de US$ 1,50 por euro. Em relação a uma cesta com as principais moedas, o dólar tinha baixa de 0,35%.

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