O dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira (20), pelo segundo dia consecutivo, recuando para o menor nível em quase um mês, após o mercado enxergar como positiva a nova meta de superávit primário estabelecida pelo governo brasileiro para o ano, embora investidores continuem mostrando cautela sobre as perspectivas fiscais domésticas.
A moeda norte-americana recuou 0,74%, a R$ 2,3727, menor patamar de fechamento desde 22 de janeiro, quando fechou em R$ 2,3725.
Na mínima do dia, a divisa chegou a cair mais de 1%, a R$ 2,3639. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,4 bilhão.
"Os investidores diminuíram os prêmios aqui, com base nos anúncios fiscais dessa manhã. Agora, precisa ver se isso (a nova meta) vai acontecer mesmo", disse à Reuters o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros.
O governo anunciou o corte de R$ 44 bilhões do orçamento e reduziu a meta de superávit para o setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais) a R$ 99 bilhões, equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo dos 2,1% previstos até então.
"O mercado encarou isso positivamente, o que acaba ajudando a entrada de capital", afirmou o gerente de análise da XP Investimentos, Caio Sasaki.
A agência de classificação de risco Fitch reforçou essa avaliação, ao afirmar que o contingenciamento orçamentário é um passo na direção correta e salientar o fato de que o governo está buscando ancorar melhor as expectativas sobre a política fiscal.
Pela manhã, o Banco Central deu continuidade às atuações diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps tradicionais - equivalentes à venda futura de dólares - com volume de US$ 197,6 milhões. Foram 500 contratos para 1º de agosto e 3,5 mil para 1º de dezembro deste ano.
Além disso, também vendeu o lote integral de 10,5 mil swaps em mais um leilão para rolar os vencimentos de 5 de março. Com isso, o BC já rolou cerca de 77% do lote para o próximo mês, que equivale a US$ 7,378 bilhões.