O dólar comercial fechou em alta de 0,7% nesta segunda-feira (23), cotado a R$ 1,8826. A divisa alcanou a cotação mais alta desde 25 de novembro, quando estava cotada a R$ 1,8864. Na semana passada, o dólar alcançou R$ 1,8815 na quinta-feira (19).
A pouco mais de uma semana do fim do mês de abril, a moeda acumula alta de pouco mais de 3%, e no ano alcança alta 0,75%.
Na sexta-feira (20), depois de cinco altas seguidas, o dólar comercial havia fechado em queda de 0,63%, cotado a R$ 1,8695.
O mercado esteve atento a novas intervenções do Banco Central no mercado de câmbio, buscando entender o que está orientando as atuações da autoridade monetária.
O BC realizou compras de dólares no mercado à vista duas vezes por dia em cinco sessões seguidas nas últimas duas semanas, configurando uma atuação mais firme e levando a divisa dos Estados Unidos para próximo de 1,90 real.
"O mercado está tentando adivinhar ou se posicionar em relação ao patamar que o BC quer", disse o operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Moacir Marcos Junior. Segundo o operador, a intervenção de sexta-feira mostrou que o BC está buscando um patamar entre R$ 1,85 e R$ 1,88.
Movimento internacional
A moeda americana seguiu o movimento de aversão ao risco no exterior, após tensões políticas na Holanda e dados mistos da Chinax ferirem a confiança dos investidores.
A Holanda, um país considerado estável na zona do euro, deve ver seu primeiro-ministro, Mark Rutte, enviar sua carta de renúncia ao cargo ainda nesta segunda-feira. O governo de Rutte não conseguiu alcançar um acordo sobre cortes orçamentários cruciais neste final de semana, aumentando as preocupações sobre o apoio do país no combate à crise da dívida europeia.
Na China, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor manufatureiro teve leve alta em abril segundo a leitura preliminar, ao registrar 49,1 ante o resultado final de 48,3 visto em março, mas ainda abaixo do nível de 50, o que significa contração da atividade econômica.
"O mercado aqui está seguindo o que está acontecendo na Europa. Estamos sofrendo as dores deles (os europeus)", afirmou o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros, lembrando também dos dados manufatureiros da Alemanha, que registraram, inesperadamente, a maior contração desde 2009.