O dólar encerrou esta sexta-feira (11) em leve alta de 0,10%, cotado a R$ 5,5479. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuou 0,41%, fechando aos 136.187 pontos.
A instabilidade no mercado reflete, principalmente, o anúncio feito pelos Estados Unidos de uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, medida que segue repercutindo entre investidores e analistas, que tentam mensurar os impactos sobre diferentes setores da economia nacional.
Na semana, o dólar acumulou valorização de 2,28%, enquanto o Ibovespa teve queda de 3,59%.
Nesta sexta, o presidente norte-americano Donald Trump afirmou que pretende conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “em algum momento, mas não agora”, e declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vem sendo tratado de forma injusta no Brasil. Lula, por sua vez, disse estar disposto a negociar, mas cobrou respeito às leis brasileiras. Ele também prometeu acionar a Lei de Reciprocidade Econômica para responder à taxação imposta por Trump.
A expectativa dos mercados gira em torno de como o governo brasileiro irá reagir. Caso não haja avanços diplomáticos, setores estratégicos da economia nacional podem ser diretamente afetados. A nova tarifa está prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
Entre as empresas pressionadas, a Embraer se destacou negativamente: suas ações caíram mais de 1% nesta sexta, após já terem recuado mais de 3% no pregão anterior.
O impacto global do tarifaço também preocupa. Na noite de quinta-feira (10), Trump anunciou uma tarifa de 35% sobre produtos canadenses e informou que ainda nesta sexta notificaria a União Europeia sobre novas taxações.
Desde o início da semana, a Casa Branca tem enviado comunicados a líderes de diversos países com tabelas de tarifas mínimas para negociações comerciais. Até o momento, 23 nações já foram notificadas — e o Brasil recebeu a taxa mais elevada.