Dólar afeta preço de celular, PCs, chuveiro e outros produtos no BR

Alta do dólar já faz subir preços no Brasil

Dólar | Reprodução
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Apesar de o governo minimizar o impacto do aumento do dólar nos preços, a alta recente da moeda já pressiona a inflação e fará estrago ainda maior nos próximos meses, dizem economistas.

Produtos comercializados internacionalmente -e que, portanto, sofrem a influência do câmbio- acumulam inflação de 6,8% no acumulado em 12 meses até julho, segundo dados do Banco Central.

Um ano antes, a alta era de 3% para os mesmos bens.

Os chamados comercializáveis têm preços cotados internacionalmente ou sofrem a concorrência de produtos importados, explica o economista-chefe da corretora Votorantim, Roberto Padovani.

Segundo ele, o forte aumento de preços nos últimos 12 meses reflete dois fatores: alta do dólar entre fevereiro e junho de 2012 (de 19%) e disparada no preço das commodities em meados do ano passado.

O impacto do câmbio fica claro nos bens de consumo duráveis, grupo que faz parte dos comercializáveis. Esses itens, que acumulavam queda de 5% em julho de 2012, agora sobem 2,45%.

Puxam essa alta produtos como bicicleta, micro-ondas, ventilador e chuveiro elétricos, cujos preços subiram mais de 7% no último ano.

Itens como fogão (+7%) e geladeira (+5%) refletem também a recomposição gradual do IPI, desde fevereiro.

A variação do dólar explica cerca de 40% da variação dos preços de bens de consumo duráveis, estima a CNC (Confederação Nacional do Comércio). Muitos dos insumos para fabricação desses itens são importados.

"Não tenho dúvida de que a alta do dólar já impactou os preços e vai atrapalhar as vendas de Natal", disse o economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas.

Humberto Barbato, presidente da Abinee (associação da indústria elétrica e eletrônica), que produz celulares e computadores, diz que o setor elevou seus preços de 2% a 3% em julho por causa do aumento de 10% do dólar nos dois meses anteriores.

O setor ainda espera ver onde o câmbio vai se estabilizar para decidir se haverá outro aumento. "Não é comum ter alta no nosso setor, pois os produtos ficam obsoletos e mais baratos", disse.

Outro setor que já está repassando preços é o de importação de alimentos e bebidas gourmet.

Segundo Adilson Carvalhal Jr., presidente da associação do setor (Abba), houve um aumento em agosto de 8% a 12% no preços de itens como vinhos, azeites e chocolates.

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