Dívida de curto prazo aperta o cerco para as empresas de Eike Batista

Foram considerados no levantamento empréstimos, dívidas com fornecedores, provisões, entre outros

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Apesar das tentativas de mudar o perfil das dívidas e torná-las menos onerosas para o seu caixa, as empresas do grupo EBX, de Eike Batista, registraram no primeiro trimestre aumento da proporção dos débitos com vencimento em até um ano em relação ao endividamento total.

De acordo com levantamento feito pelo professor Marcos Piellusch, da FIA (Fundação Instituto de Administração), a pedido da Folha, as dívidas de curto prazo, mais caras do que as de longo, das cinco empresas de capital aberto do grupo foram de 24%, no primeiro trimestre de 2012, para 36% nos três primeiros meses deste ano.

Foram considerados no levantamento empréstimos, dívidas com fornecedores, provisões, entre outros. No 4º trimestre de 2012, a proporção também era menor: 32%.

As cinco empresas ampliaram o endividamento de curto prazo no período de um ano. Só MMX (mineração) e OSX (estaleiros) conseguiram diminuir o percentual entre o quarto trimestre de 2012 e o primeiro trimestre de 2013.

"O endividamento de curto prazo tem aumentado consistentemente. Esse é o indicador que apresenta pior resultado em termos de tendência", afirma Piellusch.

Segundo o especialista, o cenário preocupa, "pois a receita das empresas do grupo ainda está incipiente", afirma, lembrando que a maior parte das companhias são pré-operacionais. Ou seja, ainda não geram receita.

Em relatório divulgado em abril, o Deutsche Bank alertou para a situação do caixa da OGX (petróleo e gás). O balanço da companhia foi considerado muito alavancado pelo banco. As agências de rating Standard & Poor"s e Fitch reduziram a avaliação da companhia nos últimos dois meses, o que encarece ainda mais as captações.

"O pior é que para tocar os investimentos, novos recursos precisam ser adicionados", disse o economista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi.

O grupo EBX informa que o prazo médio de vencimento da dívida de suas companhias é de cinco a seis anos e afirma que tem caixa suficiente para os débitos de curto prazo.

"A maior parte dos empréstimos ponte [de curto prazo] com vencimento em 2013 foi convertida em financiamento de longo prazo, conforme planejado pelas empresas e seus credores", diz em nota.

Sobre o levantamento da FIA, afirma que não foram considerados empréstimos-ponte das companhias do grupo para os quais o financiamento de longo prazo já fora contratado. Na nota, cita exemplos da LLX e da MPX.

A MPX informa que parte do saldo de sua dívida de curto prazo deve ser quitada ao longo do ano.

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