Preocupado em garantir a a retomada de fôlego da economia neste segundo semestre, o governo Dilma vai manter o foco no setor automotivo, responsável pelos primeiros sinais de recuperação da indústria nacional. Está praticamente certo que a redução de IPI para carros, que inicialmente vence na próxima sexta, deve ser prorrogada por pelo menos mais dois meses.
A avaliação da equipe econômica é que a redução do IPI gerou os efeitos desejados no mercado e sua renovação ainda é recomendável para evitar uma queda no ritmo de recuperação da economia neste segundo semestre.
Como é praxe, a oficialização da medida será tomada na próxima semana, no último dia de vigência da atual redução do IPI. Interlocutores presidenciais afirmam que a iniciativa só será descartada se o governo entender que a arrecadação está muito abaixo do necessário, o que o impediria de seguir abrindo mão dessa receita.
Um assessor do governo destacou que a recuperação da economia neste início de segundo semestre não está muito forte, e elevar o IPI dos carros agora pode causar desestímulo exatamente em um setor que acelerou seu ritmo de vendas nos últimos meses.
Em maio, o governo reduziu o IPI de carros nacionais de 1.000 cilindradas de 7% para zero. Dos com motorização entre 1.000 e 2.000 cilindradas flex, o imposto caiu de 11% para 5,5%. Nos utilitários, o corte foi de 4% para 1%.
A ordem no Planalto é não dar como garantida a prorrogação do IPI nesta semana. A presidente e o ministro Guido Mantega (Fazenda) preferem aguardar o último momento para confirmar a redução, para evitar que o cidadão adie sua compra.
Além disso, as concessionárias estão fazendo campanhas publicitárias para este fim de semana, destacando que está próximo o fim da redução do IPI sobre carros.
No mês passado, já havia uma disposição do Ministério da Fazenda de manter o IPI mais baixo, mas ameaças de demissões em montadoras, como o caso da GM em São José dos Campos, fizeram o governo reavaliar a ideia.
Na ocasião, a própria presidente da República mandou recados prometendo levantar a medida.
Isso só se reverteu quando a montadora se comprometeu a não diminuir seu saldo de empregos no Brasil.