Desigualdade salarial: mulheres ganham quase 21% a menos que homens no Brasil

Em março, diferença era de 19,4%. Mulheres, sobretudo as negras, ganham ainda menos que homens em igual cargo; em cargos de direção e gerência, distância também aumenta.

Desigualdade salarial: mulheres ganham quase 21% a menos que homens no Brasil | Reprodução
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Desde o início do ano, a diferença salarial entre homens e mulheres aumentou, com as mulheres recebendo em média 20,7% a menos que os homens no setor privado. Até março, a discrepância era de 19,4%.

O relatório do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgado nesta quarta-feira (18), revela que a desigualdade é ainda mais pronunciada para mulheres em cargos de direção e gerência, que ganham 73% do salário dos homens nesses mesmos cargos, ou seja, 27% a menos.

SOBRE O LEVANTAMENTO

O levantamento abrange 18 milhões de trabalhadores em 50.692 empresas com 100 ou mais funcionários, onde a remuneração média é de R$ 4.125, mas esconde diferenças significativas de gênero e raça.

Veja abaixo a média salarial, quando os trabalhadores são agrupados por esses critérios:

  • Mulheres negras: R$ 2.745,76
  • Mulheres não negras: R$ 4.249,71
  • Mulheres (geral): R$ 3.565,48
  • Homens negros: R$ 3.493,59
  • Homens não negros: R$ 5.464,29
  • Homens (geral): R$ 4.495,39

Ao divulgar os dados, o governo também apresentou o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Homens e Mulheres. O documento inclui 79 ações divididas em três eixos, com o objetivo de promover a equiparação de funções e rendimentos entre os gêneros. Entre as ações estão a capacitação de mulheres jovens e a inclusão do tema nas negociações sindicais. 

POUCAS NEGRAS EMPREGADAS, POUCAS MULHERES CHEFES

O relatório do Ministério do Trabalho e Emprego destaca que um fator estrutural do mercado de trabalho dificulta a obtenção de dados mais precisos: a baixa presença de mulheres negras e de mulheres em geral em cargos elevados.

Segundo o documento:

  • em 42,7% dos estabelecimentos pesquisados, menos de 10% da folha salarial era composta por mulheres pretas e pardas;
  • em 53% dos estabelecimentos, mesmo tendo mais de 100 empregados, não havia pelo menos três mulheres em cargos de direção e chefia para permitir uma comparação salarial.

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