A queima de gás natural no país nos quatro primeiros meses de 2009 é a maior desta década para o período, segundo dados da ANP (Agência nacional do Petróleo). De janeiro a abril, foram perdidos, em média, 7,7 milhões de metros cúbicos/dia, avanço de 67% sobre o desperdício de 4,6 milhões de metros cúbicos/dia observados em igual período em 2008.
Este nível de perda de gás supera os 7,6 milhões de metros cúbicos diários observados em 2002. Naquela época, além de a produção da Petrobras ser menor, boa parte das medidas adotadas para reduzir o desperdício de gás ainda não tinham sido implementadas.
A maior parte da produção de gás no Brasil é associada ao petróleo, ou seja, os dois são obtidos de forma conjunta. Para se reduzir a extração de gás, seria necessário diminuir a produção de petróleo em um determinado campo.
O forte incremento na perda de gás está associada à crise econômica, já que a indústria, principal mercado consumidor, reduziu seu nível de produção de forma significativa após setembro, e consequentemente, passou a consumir menos gás. Em outubro do ano passado, a queima de gás aumentou 22%, na comparação com o mês anterior.
O pico de desperdício de gás, no entanto, foi verificado em março, quando foram queimados, em média, 9,7 milhões de metros cúbicos/dia de gás.
No mês seguinte, houve queda, mas as perdas continuam altas. Em abril, foram queimados 8,9 milhões de metros cúbicos/dia, volume 112% superior aos 4,2 milhões de metros cúbicos/dia constatados em abril de 2008.