Criação de emprego formal soma 1,3 mi, menor valor em 3 anos

Dados do ano de 2012 foram divulgados pelo Ministério do Trabalho.

Criação de empregos formais soma 1,3 milhão, menor valor em 3 anos | Reprodução
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A criação de empregos formais somou 1,3 milhão de vagas em todo ano passado, o que representa uma queda de 33% frente ao ano de 2011 (1,94 milhão de vagas), segundo informou nesta sexta-feira (25) o Ministério do Trabalho, por meio dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Trata-se do pior resultado desde 2009, quando foram abertas 1,29 milhão de vagas formais de trabalho no país. Naquele momento, a economia brasileira enfrentava os efeitos da primeira etapa da crise financeira internacional. Em 2010, foram abertas 2,5 milhões de vagas com carteira assinada.

Os números de criação de empregos formais do acumulado do ano passado, e de 2011, foram ajustados para incluir as informações enviadas pelas empresas fora do prazo (até o mês de novembro).

Crise financeira e medidas de estímulo

O fraco resultado na geração de empregos com carteira assinada aconteceu em um ano marcado pela crise financeira internacional, que prejudicou o crescimento de todas as economias ao redor do mundo. No começo do ano passado, a previsão do governo federal para a expansão da economia estava acima de 4%. Para o mercado financeiro, porém, o crescimento será menor do que 1% em 2012.

"O Brasil não é uma ilha. Esse número na geração de empregos decorre dos efeitos da crise internacional. Houve um desaquecimento da economia no mundo inteiro. O Brasil, mesmo assim, conseguiu responder aos efeitos da crise, gerando um saldo positivo de empregos. Não na proporção de anos anteriores, mas atendendo à nossa população economicamente ativa. Com isso, houve um queda na taxa de desemprego, com situação de pleno emprego nas regiões metropolitanas", avaliou o ministro do Trabalho, Brizola Neto.

Medidas para estimular a economia

Para recuperar o crescimento, a equipe econômica do governo anunciou, no ano passado, uma série de medidas, como a redução do IPI para a linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) e para os automóveis e, também, a desoneração da energia elétrica para consumidores residenciais e industriais.

Além disso, também reduziu o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento às desonerações da folha de pagamentos, liberou cerca de R$ 100 bilhões em depósitos compulsórios para os bancos e vem reduzindo a taxa básica de juros desde agosto do ano passado. Atualmente, os juros estão em 7,25% ao ano ? os menores da história.

Previsão para 2013

Para este ano, o ministro Brizola Neto estimou que as medidas já adotadas no decorrer de 2012 para estimular o emprego formal neste ano. A expectativa do Ministério do Trabalho é de que sejam criados 1,75 milhão a 1,8 milhão de empregos com carteira assinada em 2013 - dados captados pelo Caged, e de dois milhões de vagas englobando os servidores públicos (informações divulgadas por meio da Rais).

Mês de dezembro

No caso do mês de dezembro, ainda de acordo com dados oficiais, foram fechadas 496.944 empregos com carteira assinada. Isso representa uma piora frente ao mesmo mês de 2011 - quando foram fechadas 408 mil vagas formais de emprego. O Ministério do Trabalho lembrou que o último mês de cada ano é marcado por "sazonalidade negativa" (entressafra agrícola, término do ciclo escolar, esgotamento da bolha de consumo no fim do ano e fatores climáticos).

Setores da economia

Os números do governo federal revelam que o setor de serviços foi aquele que mais criou empregos formais no ano passado, com a abertura de 666 mil postos com carteira assinada em 2012, seguido pelo comércio (372 mil postos), pela construção civil (149,2 mil vagas) e pela indústria de transformação (86,4 mil postos).

A agricultura, por sua vez, criou 4,9 mil vagas formais no ano passado, enquanto que a indústria extrativa mineral abriu 10,9 mil empregos com carteira assinada. A administração pública foi responsável pela contratação de 1,49 mil trabalhadores em 2012 e os "serviços de utilidade pública" resultaram na abertura de 10,22 mil empregos.

Distribuição geográfica dos empregos

Por regiões do país, ainda de acordo com o Ministério do Trabalho, o destaque ficou por conta do Sudeste, com 655 mil postos formais abertos 2012. Em segundo lugar, aparece a região Sul, com a abertura de 234 mil vagas com carteira criadas.

A região Nordeste, por sua vez, abriu 190 mil postos de trabalho no ano passado. Já a região Centro-Oeste abriu 150 mil empregos formais em 2012, enquanto o Norte abriu 71,2 mil empregos com carteira assinada no último ano.

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