O ciclo de cortes na taxa Selic, iniciado pelo Banco Central nesta semana, pode trazer uma economia significativa para o Governo Lula, chegando a até R$ 100 bilhões. Essa redução nos gastos com juros da dívida pública é possível, pois mais de 40% da dívida brasileira em títulos públicos está vinculada aos juros básicos da economia.
A queda na Selic não só reduz as despesas com juros projetadas para os próximos meses, mas também torna as novas emissões de títulos prefixados mais acessíveis. Em entrevista ao portal de notícias G1, o economista Gabriel Leal de Barros, da Ryo Asset, sinalizou que a economia com o pagamento de juros da dívida poderá atingir R$ 80 bilhões em 2024, considerando a projeção de queda para 11,75% ao ano no fim de 2023.
Essa economia é importante, pois a Selic influencia outros indexadores da dívida, representando cerca de 47% da mesma. O economista-chefe do banco Master, Paulo Gala, tamém ao portal G1, estimou que, com o corte de dois pontos percentuais nos juros projetado pelo mercado, a economia será de R$ 80 bilhões em 2024. Se a taxa Selic chegar a 9% ao ano, prevista para o próximo ano, esse valor pode subir para R$ 100 bilhões, o que praticamente igualaria o déficit primário esperado para o governo no próximo ano, que é de R$ 100 bilhões.
Em junho, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, calculou que, se a taxa Selic estivesse em 10% ao ano em vez dos 13,75% naquela época, a economia nos gastos com juros da dívida pública permitiria o pagamento anual de quase um Bolsa Família, cujo orçamento é de cerca de R$ 170 bilhões por ano. Ele deixou claro que não estava sugerindo essa taxa, mas sim destacando o impacto que uma redução significativa na Selic poderia ter nas despesas públicas.