Copom deve subir juros para 11,75% nesta quarta-feira

BC avisou, em janeiro, que estava dando início ao ciclo de subida dos juros.

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, formado pela diretoria e pelo presidente da autoridade monetária, se reúne nesta quarta-feira (2) e deve elevar a taxa básica de juros da economia brasileira de 11,25% para 11,75% ao ano, segundo previsão de grande parte dos economistas do mercado financeiro.

Alguns poucos analistas, porém, ainda acreditam em uma subida maior, para 12% ao ano.

A perspectiva de subida da taxa de juros tem por base o próprio comunicado da reunião do Copom de janeiro, quando a taxa avançou em 0,5 ponto percentual.

Caso a projeção do mercado financeiro se confirme, será a maior taxa desde janeiro de 2009

No encontro, o primeiro do governo Dilma Rousseff, o Banco Central avisou que estava "dando início a um processo de ajuste da taxa básica de juros", indicando que a taxa deveria voltar a subir nas reuniões seguintes. A expectativa do mercado financeiro é de novos aumentos da taxa de juros ainda neste ano. A previsão é de que a taxa Selic termine 2011 em 12,50% ao ano.

Caso a projeção do mercado financeiro se confirme, e os juros subam para 11,75% ao ano, será a maior taxa desde janeiro de 2009, quando estava em 12,75% ao ano. Ou seja, o valor mais alto para a taxa de juros em mais de dois anos.

Entenda para que serve a elevação

O Banco Central aumenta os juros para tentar conter a demanda por produtos e serviços na economia, e, com isso, tentar controlar a inflação.

Pelo sistema de metas de inflação, a autoridade monetária tem de calibrar os juros para atingir a meta central de 4,5% para este ano e para 2012, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com o intervalo de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% nestes dois anos sem que a meta seja formalmente descumprida.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram, porém, forte crescimento da inflação neste começo de ano. O IPCA de janeiro subiu 0,83%, a maior variação mensal abril de 2005. Ao mesmo tempo, dados preliminares de fevereiro indicam que a pressão inflacionária não diminuiu. O IPCA-15 de fevereiro (de 15 de janeiro a 15 de fevereiro) subiu 0,97%, mais do que o valor registrado em fevereiro de 2010 (+0,94%).

As previsões do mercado financeiro para o IPCA deste ano também não param de subir. Na última semana, os economistas do mercado elevaram a sua estimativa de inflação para todo ano de 2011 para 5,8%. Foi a décima segunda semana consecutiva de aumento na previsão. Com isso, a expectativa do mercado ficou bem acima da meta central de inflação deste ano, que é de 4,5%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância (abaixo de 6,5%).

Na avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, porém, a inflação no Brasil já está caindo, graças aos preços de alguns alimentos que começam a apresentar queda. "Já estamos vendo que o preço de alimento está caindo fortemente. Tem muito alimento cujo preço está caindo: carne, leite, arroz, feijão, o próprio trigo, portanto a inflação já está caindo. Então daqui para a frente a inflação vai começar a cair", afirmou o ministro durante entrevista ao programa "Conta Corrente", da Globo News nesta terça-feira.

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