Quando a última bola rolar em campo, neste domingo (13), a Copa do Mundo terá deixado vencedores e perdedores também na economia.
Apesar das promessas do governo de que o evento geraria milhares de empregos e ajudaria a impulsionar a economia, ainda não está claro qual será seu impacto geral nesta área.
Consultorias sondadas pela BBC Brasil, como a Tendências e a Capital Economics, preveem um efeito nulo ou insignificante sobre o PIB.
Mas se o saldo total do torneio ainda é incerto, está cada vez mais evidente que alguns setores devem comemorar a "taça" das vendas, enquanto outros amargarão resultados mais fracos.
Entre os mais beneficiados, segundo o economista Juan Jensen, da Tendências, estão negócios ligados a segmentos de lazer e turismo, como bares e os hotéis das cidades-sede. Produtores de cerveja e fabricantes de televisores também saíram ganhando.
E ainda na fase de preparação para os Jogos, grandes empreiteiras lucraram com as obras ligadas ao Mundial. Do lado dos perdedores parecem estar a indústria em geral e o varejo não ligado ao torneio que sofreram com os feriados e paralisações provocados pelos Jogos.
Os restaurantes também reclamam da falta de movimento no mês da Copa e do perfil dos turistas que vieram para ver as partidas.
Abaixo, confira o levantamento da BBC Brasil sobre os campeões e os lanterninhas do Mundial no campo econômico:
Bares
Entre os segmentos que lucraram com o evento, os bares se destacam.
"Antes da Copa, estávamos preocupados: pela mídia, a impressão que se tinha era que os estádios podiam cair e correria sangue nas ruas", diz Percival Maricato, da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
"Ainda bem que esse pessimismo não afastou os turistas e a atmosfera de festa tomou conta do país. Como resultado, tivemos um aumento do movimento nos bares de até 30%, comparável ao das festas de fim de ano." Nos dias de jogos do Brasil, teria havido uma alta de até 70% no movimento segundo a Abrasel.
Como resultado, o segmento deve faturar R$ 12 bilhões no mês do Mundial, contra R$9 bilhões do mesmo mês do ano passado.
Hoteis. O setor de hotéis também está entre os que saíram ganhando com o torneio.
Segundo dados do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) na primeira semana da Copa, os hotéis das cidades-sedes registraram uma ocupação média de 80% em vésperas e datas de jogos.
Para o presidente do Fohb, Roberto Rotter, há muito a ser comemorado.
"Em Manaus, por exemplo, os turistas ficaram muito além do que apenas nos dias de jogos", ele diz.