Os consumidores e as empresas do Brasil pagaram R$ 1,1 trilhão nos últimos três anos apenas com o pagamento de juros. A maior quantia foi paga pelas famílias, totalizando R$ 696,5 bilhões. As empresas ficaram responsáveis pelos R$ 411,5 bilhões restantes.
A participação das famílias no total permaneceu acima de 60%, variando ao longo dos três anos de 62,3%, três anos atrás, para 63,3%, em 2012 e, finalmente, para 62,9% no ano passado.
Os números fazem parte de análise realizada pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) a partir do cruzamento de dados do Banco Central e do IBGE.
Segundo a FecomercioSP, ainda existe espaço para a manutenção do aumento do volume de crédito contratado no País. Isso porque em março de 2013, o saldo total representava apenas 34% do PIB brasileiro.
Apesar dessa expressiva evolução, o porcentual de inadimplência total (pessoas físicas e jurídicas) se mantém em padrões aceitáveis. Após se manter em 10,4% nos meses de dezembro dos dois primeiros anos analisados, recuou para a casa de um dígito, encerrando 2013 com uma taxa de 9,2%.
No comparativo entre as taxas de inadimplência de pessoas físicas e de empresas, porém, há uma grande assimetria. Enquanto a taxa de atraso dessas últimas foi de 5,5% em dezembro passado, com média de 6% nos últimos 36 meses, das famílias foram de 13% e 14,5%, respectivamente, nos mesmos períodos.
Ainda de acordo com a entidade, embora algumas variáveis de crédito se mostrem instáveis, percebe-se uma situação, em dezembro passado, com indicadores mais positivos do que a média de 2013 e de 2012.
O aumento dos juros notado durante o ano passado, por outro lado, pode ser um entrave para a manutenção da estabilidade nos níveis de inadimplência. Nesse sentido, o controle da inflação é visto como elemento crucial e determinante do comportamento de crédito nos próximos meses.