Desde que os ataques começaram no Rio de Janeiro na madrugada de sábado para domingo (21), o comércio da cidade observa forte redução na frequência de consumidores, com prejuízos que chegam a R$ 450 milhões. De acordo com Daniel Plá, diretor da Associação Comercial do Rio de Janeiro, esta é a pior semana do varejo nos últimos dez anos.
- Muitos locais da cidade fecharam mais cedo, mesmo na zona sul. Apesar de ter afetado mais profundamente os estabelecimentos da zona norte [local em que se concentram os confrontos], toda a cidade sofre os reflexos da violência, a população está insegura e acaba ficando em casa.
A associação dos shoppings centers divulgou que os ataques criminosos diminuíram em cerca de 20% o movimento nos 22 shoppings da capital fluminense. Segundo o diretor executivo, Gilberto Catran, uma pesquisa já foi enviada para os administradores dos shoppings, para avaliar o prejuízo financeiro junto aos lojistas. Segundo a instituição, até agora já foram contabilizados prejuízos de R$ 6 milhões.
Os centros comerciais mais prejudicados são aqueles localizados em áreas que ficam próximas aos Complexos do Alemão e da Penha. O Norte Shopping, o Nova América, ambos em Del Castilho, e o Shopping Carioca, na Penha, são os mais prejudicados com a ausência de público.
Já segundo a Fecomércio-RJ (Federação do Comércio do Rio de Janeiro) , o prejuízo no comércio carioca com os confrontos entre traficantes e policiais pode chegar a quase R$ 40 milhões por dia, caso as 15 localidades atingidas pelos ataques fiquem fechadas por 24 horas. O valor representa 11% do faturamento diário do setor na cidade.
Estão incluídos neste cálculo os bairros próximos ao Complexo do Alemão (zona norte), alvo principal dos ataques. São eles: Cavalcanti, Costa Barros, Del Castilho, Estácio, Flamengo, Irajá, Lagoa, Pavuna, Penha, Praça da Bandeira, Recreio dos Bandeirantes, Rio Comprido e Vicente de Carvalho.
De acordo com a federação, o comércio de serviços e turismo do Rio gastou aproximadamente R$ 866 milhões em 2009 com gastos privados de segurança. Esse valor corresponde a aproximadamente 2,7% do faturamento do setor no ano passado.