Com impostos altos, indústria de bebidas não eleva investimentos

A contração de investimentos tem sido observada em diversos setores da economia.

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Os planos para novos investimentos da indústria de alimentos e bebidas anunciados ao longo do primeiro semestre somaram R$ 8,1 bilhões, um terço menos do que o anunciado no mesmo período de 2011 (R$ 12,1 bilhões), revela levantamento do setor.

A contração de investimentos tem sido observada em diversos setores da economia, refletindo o baixo crescimento do país e a incerteza gerada pela crise externa.

Em alimentos e bebidas, a queda se deve também à alta de tributos, diz a Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação).

O levantamento da associação mostra que a intenção de investimentos caiu 40,2% no segmento de bebidas no primeiro semestre, enquanto os planos para investir em alimentos recuaram 27,6%.

O governo indicou em abril que elevaria impostos sobre várias bebidas para compensar desonerações em outros setores, como móveis e eletrodomésticos, com o objetivo de estimular a economia. Em maio, o aumento dos tributos foi confirmado para outubro.

Segundo cálculos do setor, o aumento da carga tributária, da ordem de 27% para cervejas e 10% para refrigerantes, é o maior da história.

"O imposto maior reduz o retorno do investimento", diz Edmundo Klotz, da Abia.

Dados da Abia também mostram desaceleração do setor neste ano (veja arte abaixo). Esses números, porém, indicam um desempenho melhor do que os sugeridos pelo IBGE, que aponta estagnação da indústria de alimentos em 12 meses e alta de 1,5% na produção de bebidas.

Associações de segmentos que, segundo o IBGE, têm queda dizem que a demanda por alimentos continua forte.

Representantes das indústrias de frango e leite dizem que a alta dos custos com insumos e mão de obra é que está afetando a produção.

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