O conjunto de produtos básicos ao brasileiro ficou mais caro em nove das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de acordo com informações divulgadas nesta sexta-feira (5).
O pacote de itens essenciais ficou mais caro em Florianópolis, Belo Horizonte, Manaus, Fortaleza, Porto Alegre, São Paulo, Vitória, Natal e Belém.
As maiores altas foram apuradas em Florianópolis (5,23%), Belo Horizonte (3,23%) e Manaus (2,50%).
O pão francês, o arroz e a batata foram os grandes vilões do bolso do brasileiro. Em setembro, o preço do pãozinho ficou mais salgado em 16 regiões, com variações mais expressivas registradas em Recife (7,61%), Natal (5,68%) e Belo Horizonte (3,99%).
As quedas foram verificadas em Curitiba, João Pessoa, Recife, Brasília, Rio de Janeiro, Aracaju, Salvador e Goiânia.
As mais significativas ocorreram em Goiânia (-5,22%), Salvador (-3,34%) e Aracaju
(-2,44%).
A cesta de Porto Alegre é a mais cara pelo terceiro mês seguido, cotada a R$ 311,44. Na sequência vem Florianópolis, com o pacote a R$ 310,92, e São Paulo, a R$ 309,08.
Os preços mais baratos foram encontrados em Aracaju (R$ 207,80), Salvador (R$ 217,71) e João Pessoa (R$ 233,26).
Vilões
Presente na mesa da maioria dos brasileiros, o arroz foi um dos grandes vilões do bolso e subiu em 15 localidades em setembro. As maiores variações foram apuradas em Belém (15,82%), Rio de Janeiro (12,98%) e Curitiba (9,73%). As únicas retrações foram apontadas em Goiânia (-2,07%) e Aracaju (-1,01%).
A batata inglesa teve elevação em todas as nove localidades do Centro-Sul
do País, onde é pesquisada, com variações entre 10,97%, em Goiânia, e 52,25%, em Porto Alegre.
O óleo de soja aumentou em 15 localidades no mês de setembro e a carne, produto com maior peso na cesta, subiu em 13 capitais.
Anteriormente um grande responsável por elevar o pacote de produtos essenciais nos meses anteriores, o tomate foi o produto que apresentou queda no maior número de localidades (15 capitais).
Salário mínimo necessário
Em setembro, o brasileiro que ganha o salário mínimo (R$ 622) precisou de 95 horas e 12 minutos ? quase quatro dias ? para comprar a cesta básica do mês. O preço do pacote de alimentos e produtos básicos corresponde a 47,04% do salário líquido (descontada a Previdência) do trabalhador que ganha o mínimo.
Já em agosto, a cesta absorvia 46,96% do salário, ou seja, um valor inferior ao de setembro.
Para estimar o valor ideal do salário mínimo, capaz de atender às necessidades básicas do trabalhador, os técnicos do Dieese levam em consideração o maior custo para o conjunto de itens básicos ? que em setembro ocorreu em Porto Alegre (R$ 311,44).
O Dieese considera também a premissa básica da Constituição de que o menor salário pago deve suprir as despesas de um trabalhador e a respectiva família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e Previdência.
Para atender a essas necessidades, em julho, o salário mínimo deveria ser de R$ 2.616,41, o que corresponde a 4,21 vezes o mínimo em vigor (R$ 622).
No mês anterior, o mínimo necessário chegava a R$ 2.589,78, (4,16 vezes o valor vigente), e em setembro de 2011, o piso nacional deveria atingir R$ 2.285,83, ou 4,19 vezes o mínimo da época (R$ 545).
Confira os preços da cesta básica nas capitais:
Florianópolis R$ 310,92
Belo Horizonte R$ 295,60
Manaus R$ 287,82
Fortaleza R$ 248,79
Porto Alegre R$ 311,44
São Paulo R$ 309,08
Vitória R$ 300,71
Natal R$ 241,28
Belém R$ 262,40
Curitiba R$ 280,42
João Pessoa R$ 233,23
Recife R$ 239,53
Brasília R$ 281,87
Rio de Janeiro R$ 297,17
Aracaju R$ 207,80
Salvador R$ 217,71
Goiânia R$ 250,13