Cearense tem 2º pior rendimento médio do País

O rendimento do trabalhador acima de 10 anos no Estado é 42,78% menor do que a média nacional

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Apesar dos avan?os recentes, o Cear? continua patinando no tocante ? renda da popula??o. O rendimento m?dio mensal de todos os trabalhos das pessoas de dez anos ou mais ocupadas no Estado chegou a R$ 547, no ano passado ? trata-se do segundo pior valor entre as 27 unidades da federa??o.

O montante ? 42,78% menor do que a m?dia nacional, de R$ 956, e supera apenas a cifra registrada no Piau?, de R$ 546. Na outra ponta, aparece Bras?lia, onde os trabalhadores ocupados ganham, em m?dia, R$ 1.970. Se n?o est? no topo do ranking, pelo menos registra crescimento nominal (sem considerar a infla??o) o rendimento do trabalhador cearense. Em 1997, era de R$ 231,00. Ou seja, em dez anos, aumentou nominalmente 136,7%. Em 2006, a renda m?dia mensal do trabalhador cearense ocupado chegou a R$ 526. Em 12 meses, eleva??o foi de 4%.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic?lios (Pnad 2007), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE). ?A pesquisa apresenta melhora em praticamente todos os indicadores. Apenas alguns decresceram, mas a maioria dos ?ndices de peso melhoraram?, resume Francisco Jos? Moreira Lopes, chefe da Unidade Estadual do IBGE no Cear?. De acordo com ele, embora o Instituto n?o fa?a an?lise dos dados, ? poss?vel, empiricamente, creditar a melhora de rendimento do trabalhador aos reajustes salariais concedidos acima da infla??o, de 2006 para 2007, com ganhos de sal?rio. Nacionalmente, o rendimento m?dio real dos trabalhadores cresceu 3,2% em rela??o a 2006 e chegou a R$ 956. Esse indicador atingiu seu maior n?vel desde 1999, mas ainda est? 5,0% abaixo da remunera??o m?dia recebida pelos trabalhadores em 1997 (R$ 1.011,00). O IBGE n?o disponibilizou o rendimento real por unidade da federa??o.

Em rela??o a 2006, as maiores taxas de crescimento foram nas regi?es Centro-Oeste (8,0%) e Norte (5,7%). No Nordeste, Sul e Sudeste, as taxas foram de 2,2%, 3,8% e 1,9%, respectivamente. Em 2007, o menor rendimento m?dio real mensal de trabalho das pessoas ocupadas foi observado no Nordeste (R$ 606,00) e o maior valor no Centro-Oeste (R$ 1.139,00). A segunda tem 1,9 vezes o rendimento da primeira. Segundo Cimar Azevedo, tamb?m do IBGE, o brasileiro registrou em 2007 o terceiro ano consecutivo de ganhos reais no rendimento m?dio. Entre as regi?es, destaca-se o desempenho do Centro-Oeste e mais especificamente do Distrito Federal, por causa da alta no rendimento do funcionalismo p?blico, no caso de Bras?lia, e do agroneg?cio, em outras regi?es.

Apesar dos avan?os, diz ele, quase 60% da popula??o ainda ganha menos de dois sal?rios m?nimos. ?A distribui??o de renda ainda ? injusta. A gente percebe que os empregados ganham, em m?dia, R$ 916; o trabalhador dom?stico (tem renda) de R$ 331, mesmo com o sal?rio m?nimo de R$ 380 do ano passado; e o empregador chega a R$ 2.857?, explica o especialista.

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