As mudanças que entrarão em vigor no dia 1º de julho no setor de cartões de crédito devem se traduzir em custos menores e mais serviços, tanto para os varejistas como para o consumidor final. Esses benefícios, no entanto, não ocorrerão imediatamente com as novas regras, mas devem ser sentidos num prazo mais longo. Essa é a expectativa dos agentes do setor que tem 500 milhões de cartões em uso no País, responsáveis por um faturamento de R$ 459 bilhões no ano passado, com crescimento de quase 20%, segundo informações da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
A partir de julho, acaba a exclusividade das operações entre a bandeira Visa e a credenciadora Cielo (ex-VisaNet). Esse é um marco emblemático, que vai possibilitar que os cartões de qualquer bandeira sejam usados em qualquer máquina POS (do inglês point of sale). Isso tanto para cartões de crédito, como de débito e de benefícios, como alimentação e combustíveis. Alguns equipamentos em uso no mercado já estão habilitados para qualquer bandeira, como é o caso dos instalados pela GetNet em parceira com o banco Santander, que em março anunciou o início da operação no setor como adquirente ou credenciador, além da Redecard.
Setor de cartões no Brasil terá novas regras a partir de 1º de julho
?Nós nunca tivemos uma relação de exclusividade?, afirma Roberto Medeiros, presidente da Redecard. ?Fizemos adaptações no software das máquinas que atendiam as 17 bandeiras que operamos para agregar a Visa, que passa a ser habilitada em 1º de julho.? O executivo da Redecard avalia que nem todos os seus concorrentes estarão aptos a operar qualquer bandeira já no início de vigência da autorregulação do setor. Por conta das adaptações que têm de ser feitas no sistema, elas aceitarão outros cartões ?progressivamente?.
?O fim da exclusividade faz com que haja concorrência entre as redes, não só do compartilhamento do terminal, mas uma escolha competitiva das redes onde as informações passam?, afirma Heman Molina, presidente da Verifone, multinacional norte-americana que fornece máquinas POS. Segundo ele, essa concorrência deverá trazer benefícios aos usuários, mas dificilmente haverá devoluções de maquininhas num primeiro momento, até que as novas regras estejam consolidadas.