O brasileiro nunca esteve tão otimista em relação ao emprego, segundo dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgados nesta sexta-feira. Os planos de gastar, no entanto, são mais cautelosos e a intenção de compra de bens duráveis registrou a terceira queda consecutiva. Segundo a pesquisa, em outubro, 24,7% disseram acreditar que será mais fácil encontrar emprego nos próximos seis meses.
Na outra ponta, 18% acham que será mais difícil. O restante acha que será igual. Esse é o maior nível da série histórica, iniciada em 2005. Em dezembro de 2008, quando o índice alcançou o pior nível durante a crise, 12,8% estavam otimistas em relação ao emprego e 38,4% eram pessimistas. Neste mês de outubro, segundo a FGV, os resultados de São Paulo ajudaram a puxar o otimismo.
Dos entrevistados, 34,3% acreditam que haverá ampliação do emprego e 12,5% apostam na redução. Consumo A intenção de compra de bens duráveis, no entanto, registrou a terceira queda seguida em outubro. segundo a FGV, 9,7% têm expectativa de adquirir itens e 27,8% não têm. Em julho, último mês antes das reduções, 15,1% pretendiam comprar e 29% não pretendiam.
A queda, segundo a FGV, pode ser resultado de um endividamento menor por parte dos consumidores. A pesquisa aponta ainda a possibilidade de os consumidores já terem feitos suas comparas aproveitando a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Importados) sobre automóveis e linha branca, principalmente. Confiança Ainda segundo a FGV, depois de dois meses de acomodação, o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) voltou a subir, alcançando o maior nível desde maio de 2008, o que mostra a confiança da população na recuperação da economia brasileira.
O índice, composto por cinco quesitos contidos na Sondagem de Expectativas do Consumidor, teve elevação de 2,2% entre setembro e outubro, ao passar de 111,2 para 113,6 pontos, considerando-se dados com ajuste sazonal. Entre as classes sociais, os mais pobres são os únicos que ainda não recuperaram o nível de confiança verificado antes do agravamento da crise econômica no Brasil.
O indicador que mensura a percepção sobre a situação atual subiu 5,6% nesse período, registrando o sexto aumento consecutivo. Já o de expectativas, que mede o otimismo em relação aos meses seguintes, ficou estável. A confiança entre os ganham até R$ 2.100 está 5,7% abaixo da registrada em setembro de 2008. Na faixa entre R$ 2.100 e R$ 4.800, a confiança cresceu 2,2%, na mesma comparação. No intervalo entre R$ 4.800 e R$ 9.600 a alta é de 8,4% e, acima dessa faixa, crescimento de 3,2%. Entre os quesitos que compõem o ICC, a maior contribuição para o avanço de outubro veio da melhora na avaliação sobre a situação econômica local no momento.